Top-down e bottom-up: as abordagens mais utilizadas na análise fundamentalista

Por:
Celso Filho
14/5/2024
|
Atualizado em
28/12/2023
15 min de leitura

Como uma das estratégias mais utilizadas pelos investidores, a análise fundamentalista possui diversas vertentes ou abordagens, mas as duas mais utilizadas no mercado financeiro são top-down e bottom-up.

Apesar de terem metodologias completamente opostas, as estratégias top-down e bottom-up têm o mesmo objetivo: o de fornecer ferramentas ao investidor para conseguir identificar bons investimentos.

Nesse artigo, vamos explicar um pouco mais sobre essas estratégias e como você pode usá-las para melhorar os seus investimentos. Confira.

O que é top-down?

A estratégia top-down é uma abordagem de análise de investimento que, antes de  examinar fatores micro como setores específicos ou empresas, se concentra em fatores macro da economia como os seguintes:

  • PIB
  • emprego
  • tributação
  • taxas de juros

Portanto, os investidores adeptos dessa estratégia focam primeiro no contexto econômico no sentido mais amplo, usando as variáveis macroeconômicas como PIB, balança comercial, movimentos da moeda, inflação, taxas de juros e outros aspectos da economia.

Depois de entender as condições gerais em todo o mundo, os analistas passam examinar as condições gerais do mercado para identificar setores, indústrias ou regiões de alto desempenho dentro da macroeconomia.

O objetivo é encontrar setores específicos da economia com previsão de desempenho superior ao do mercado e, somente depois, escolher as empresas dentro desses setores.

Uma vantagem da análise top-down é um uso mais eficiente do tempo do investidor, que começa a análise dos dados econômicos de grande escala antes de escolher regiões ou setores. É só aí que se analisam empresas específicas, ao invés de começar com todo o universo de ações de empresas individuais.

No entanto, a maior crítica a essa estratégia é a possibilidade de perder um grande número de oportunidades potencialmente lucrativas, uma vez que você acaba eliminando empresas específicas que superam o mercado geral, mas estão em setores que não se destacaram.


O que é bottom-up?

A estratégia bottom-up é uma abordagem de investimento que se concentra na análise de ações individuais e não enfatiza a importância dos ciclos macroeconômicos e de mercado.

Em outras palavras, o foco da estratégia é nos fundamentos de uma empresa específica, como receita ou lucro, versus o setor ou a economia geral; pressupondo que as empresas podem ter um bom desempenho mesmo em um setor com crescimento insatisfatório em relação ao mercado em geral.

Assim, os investidores adeptos dessa estratégia consideram fatores microeconômicos, incluindo:

  • saúde financeira geral da empresa
  • demonstrações financeiras
  • produtos e serviços oferecidos
  • oferta
  • demanda

Vale destacar que, apesar do foco da estratégia bottom-up ser a empresa em específico, a análise não para por aí. Os dados de grupo industrial, setor econômico e mercado, dentre outros fatores macroeconômicos, também são eventualmente trazidos para consideração do analista.

Em resumo, a análise bottom-up começa com o exame de dados financeiros da empresa específica na base e vai subindo em escala, para verificar dados de setor e fatores macroeconômicos.


Diferenças entre top-down e bottom-up

Como demonstramos, a técnica top-down é a estratégia oposta ao bottom-Up, que começa com as finanças de uma empresa individual e, em seguida, adiciona cada vez mais camadas macro de análise.

Já o investidor que utiliza o top-down, analisa primeiro os vários dados macroeconômicos para ver como esses fatores podem afetar o mercado geral e, portanto, as ações em que estão interessados ​​em investir.

Em geral, os investidores que utilizam a técnica bottom-up tendem a manter as ações de empresas por um prazo bem longo. Isso porque nessa abordagem o investidor faz uma análise profunda e confia nos resultados da empresa, acreditando no seu potencial de crescimento de longo prazo independentemente do contexto econômico.

Por outro lado, os investidores que se valem do top-down podem ser mais táticos em sua estratégia de investimento. Eles podem procurar entrar e sair de posições de acordo com alterações no contexto macroeconômico, uma vez que, nessa visão, são os fatores macro os que definem as melhores oportunidades de investimento.

Agora que você conhece um pouco mais sobre as estratégias top-down e bottom-up, que tal se aprofundar no tema e entender qual modalidade se adequa melhor ao seu perfil de investidor?‍

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