Selic em alta ou baixa: como a taxa de juros do Brasil afeta sua carteira global

Selic em alta ou queda? Entenda como a taxa básica de juros do Brasil influencia o preço do dólar e a rentabilidade dos seus investimentos no exterior.

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Time Nomad

10 min.

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Publicado em

28/11/2025

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A cada 45 dias, o noticiário econômico brasileiro entra em estado de alerta. Especialistas discutem, o mercado financeiro prende a respiração e o Jornal Nacional anuncia a decisão do Banco Central: a Taxa Selic subiu, caiu ou se manteve.

Para a maioria das pessoas, essa notícia remete imediatamente ao custo do financiamento imobiliário ou ao rendimento daquela aplicação na poupança ou no CDB. Mas, se você é um investidor com visão global, a movimentação dos juros brasileiros tem um impacto muito mais profundo na sua estratégia: ela mexe diretamente com a cotação do dólar e com o custo de oportunidade de investir lá fora.

Entender a relação entre a taxa de juros brasileira, a inflação e o preço do dólar é o que diferencia quem investe localmente de quem constrói patrimônio global.

Neste artigo, vamos traduzir o "economês" e explicar se o cenário de Selic em alta ou baixa ajuda ou atrapalha seus planos de diversificação internacional.

O que é taxa Selic e como ela é definida?

Antes de analisarmos os impactos, precisamos definir o protagonista. A taxa Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. Ela é a principal ferramenta de política monetária utilizada pelo Banco Central para controlar a inflação.

Funciona assim:

  • Quem define: O Copom (Comitê de Política Monetária).
  • Quando: O comitê se reúne a cada 45 dias para decidir a meta da taxa.
  • O objetivo: Se a inflação está alta, o Banco Central sobe os juros para frear o consumo. Se a inflação está controlada e a economia precisa crescer, ele baixa os juros para estimular o crédito.

Saber o que é taxa Selic é o primeiro passo. O segundo é entender que ela serve como piso para todas as outras taxas do mercado e também como referência de rentabilidade para os investimentos de renda fixa no país. Para se aprofundar nos termos do mercado, vale conferir nosso guia sobre indicadores econômicos.

A dinâmica do mercado: Selic em alta vs. Selic em baixa

O mercado financeiro funciona à base de incentivos. Dependendo do ciclo econômico, o dinheiro flui para direções diferentes.

Cenário de Selic em alta

Quando temos a Selic em alta, o crédito fica mais caro (fazer empréstimos e financiamentos custa mais). Isso desestimula o consumo e o investimento produtivo das empresas, o que tende a baixar a inflação.

Por outro lado, a renda fixa brasileira passa a pagar prêmios muito atrativos. É aquele momento em que o investidor local pensa: "Por que correr risco se posso ganhar 1% ao mês parado no banco?". Além disso, os juros altos atraem capital estrangeiro especulativo, que vem buscar essa rentabilidade alta.

Cenário de Selic em baixa

Com a Selic em baixa, o crédito fica barato, as pessoas compram mais e as empresas investem. A economia gira, mas a inflação pode subir. Para o investidor, a renda fixa deixa de ser atrativa. O capital tende a migrar para a Renda Variável (Bolsa) ou para outros mercados em busca de retornos melhores.

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A relação entre Selic, FED e a cotação do dólar

Aqui está o "pulo do gato" para quem investe em dólar. A Selic não existe no vácuo; ela "concorre" com as taxas de juros dos Estados Unidos, definidas pelo FED (Federal Reserve), o banco central americano.

O dinheiro global busca sempre a melhor relação entre risco e retorno.

  • Os EUA são considerados uma das economias mais estáveis do mundo (menor volatilidade histórica).
  • O Brasil é uma economia emergente (maior volatilidade histórica).

Para atrair dólares para cá, o Brasil precisa pagar um "prêmio" — ou seja, ter juros consideravelmente mais altos que os EUA. É o chamado diferencial de juros.

O que acontece com o dólar?

  1. Selic Sobe (e Fed mantém/cai): O diferencial aumenta. O Brasil fica atrativo para o investidor estrangeiro, que traz dólares para investir na nossa renda fixa. Quando entram muitos dólares no país, a oferta da moeda aumenta e o preço do dólar cai (o real se valoriza).

Leia mais sobre essa dinâmica: Juros podem cair nos EUA e subir no Brasil: o que acontece com o dólar?

  1. Selic Cai (e Fed mantém/sobe): O diferencial diminui. O investidor estrangeiro acha que não vale a pena correr o "Risco Brasil" por um retorno baixo e tira seus dólares daqui. Com a saída de dólares, a moeda americana fica mais escassa e seu preço sobe (o real se desvaloriza).

Essa decisão muitas vezes acontece no mesmo dia, a chamada Super Quarta, quando os bancos centrais dos dois países anunciam suas taxas simultaneamente.

Como a Selic impacta sua decisão de investir no exterior?

Agora vamos à prática. Como o cenário de Selic em alta onde investir afeta sua carteira global?

1. O Custo de oportunidade (A armadilha da renda fixa local)

Quando a Selic está em dois dígitos (acima de 10%), muitos investidores brasileiros cometem o erro de paralisar seus aportes no exterior para focar apenas na renda fixa local. O pensamento é: "Para que vou buscar 5% ao ano em dólar nos EUA se ganho 12% em reais no Brasil?".

Essa conta ignora dois fatores essenciais:

  • Inflação: O ganho real no Brasil é descontado de uma inflação historicamente alta. Nos EUA, a inflação tende a ser mais controlada.
  • Variação da moeda: Ganhar 12% em uma moeda que pode se desvalorizar 15% em um ano significa, na prática, perder poder de compra global.

2. O Momento de entrada (Câmbio favorável)

Paradoxalmente, o cenário de Selic em alta costuma ser um dos melhores momentos para enviar dinheiro para fora. Se os juros altos no Brasil pressionam o dólar para baixo, você consegue comprar a moeda forte por um preço mais acessível.

Ou seja: em vez de interromper seus investimentos internacionais porque a Selic está alta, pode ser uma oportunidade para aproveitar o câmbio mais favorável para dolarizar seu patrimônio com "desconto".

Por que manter a diversificação internacional em qualquer cenário?

Independentemente de saber qual o melhor investimento com a Selic em alta, a regra de ouro dos grandes gestores é a diversificação geográfica.

Ficar 100% exposto ao "Risco Brasil" é perigoso. A economia brasileira representa cerca de 1% a 2% do mercado global. Ao investir no exterior, você acessa as maiores empresas do mundo e uma variedade de ativos (Stocks, REITs, ETFs) que não existem por aqui.

Além disso, ter parte do patrimônio em renda fixa americana (Bonds/Treasuries) serve como uma proteção (hedge). Em momentos de crise global ou interna, quando a bolsa brasileira cai e o dólar dispara, a parte dolarizada da sua carteira tende a segurar o valor do seu patrimônio.

O segredo é a constância, não a especulação

Tentar acertar o momento exato em que a Selic vai atingir o pico ou quando o dólar vai chegar ao piso é uma tarefa impossível até para economistas renomados. A macroeconomia é volátil e muda com uma simples declaração política ou um dado de inflação inesperado.

O investidor de sucesso não é aquele que tenta prever o futuro, mas sim aquele que se prepara para qualquer cenário.

Manter a constância nos seus aportes internacionais permite que você faça um "preço médio" do dólar ao longo do tempo, suavizando as oscilações da Selic e da moeda. No fim das contas, o conforto de saber que seu patrimônio está protegido em moeda forte e diversificado nas maiores economias do mundo vale mais do que qualquer taxa de curto prazo.

Investir é uma maratona, não uma corrida de 100 metros. Mantenha o foco no longo prazo e na construção da sua liberdade.

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