Como montar uma carteira de investimentos diversificada

Por:
Celso Filho
14/5/2024
|
Atualizado em
27/12/2023
15 min de leitura

Uma das maiores dúvidas de quem está começando no mundo de investimentos é como montar sua carteira de investimentos. E isso não é uma surpresa, já que com tantas classes de ativos disponíveis, é normal ficar confuso na hora de construir um portfólio equilibrado.

Para facilitar essa tarefa, no entanto, é possível seguir algumas premissas básicas para montar uma carteira de investimentos diversificada; sempre levando em conta o seu perfil de investidor e seus objetivos. 

Neste artigo, vamos explicar um pouco mais sobre esse passo a passo e como você pode montar um portfolio de investimentos equilibrado. Confira, a seguir!

Reflita sobre suas características e seus objetivos

O primeiro passo para começar a investir é entender suas características pessoais e, principalmente, quais são os seus objetivos com aquele investimento.

Uma carteira equilibrada depende muito da realidade e do momento de vida do investidor, e deve incluir aspectos como, por exemplo: idade; estabilidade de receita financeira; número de dependentes; e perfil de gastos.

Além disso, o objetivo do investimento também tem importância crucial na hora de montar uma carteira de investimentos. Se o investimento for para longo prazo (pensando na aposentadoria, por exemplo), o investidor pode ser um pouco mais agressivo nos seus investimentos. Isso porque, no longo prazo, os investimentos mais agressivos tendem a performar melhor que os de renda fixa.

No entanto, caso o objetivo seja de curto prazo (como, por exemplo, planos para uma viagem ou uma festa de casamento), o investidor pode ter resultados melhores se priorizar investimentos de risco menor para evitar as surpresas dos ativos mais arriscados.

Defina seu perfil do investidor

Depois de entender suas características pessoais e definir seus objetivos, é essencial definir o seu perfil de investidor. Isto é: definir os riscos que está disposto a correr na hora de investir seu dinheiro.

Em geral, no mercado financeiro existem três tipos de investidores: conservadores, moderados e arrojados (ou agressivos).

Aqueles que, acima de tudo, querem segurança e pouca volatilidade em sua carteira - aceitando um retorno potencial menor no longo prazo - são chamados de investidores conservadores.

No outro lado do espectro, existem investidores que são ousados e querem um alto potencial de retorno, mesmo que a carteira apresente mais volatilidade no curto e médio prazo. Os que têm essas características são conhecidos como investidores arrojados.

No meio-termo, existe o investidor moderado. Isto é: aquele que aceita correr um certo risco em busca de mais retorno, mas não quer ver sua carteira com muita volatilidade.

Para cada perfil do investidor, os ativos e o peso deles na carteira serão diferentes. O investidor conservador terá, por exemplo, uma carteira predominantemente em renda fixa e, dependendo do caso, algumas poucas ações de empresas grandes e sólidas.

Em contrapartida, o investidor arrojado (ou agressivo) investirá a maior parte do patrimônio em renda variável - como ações, fundos imobiliários e investimentos alternativos -, reservando uma pequena parcela da carteira para os ativos de renda fixa.

O investidor moderado já faz uma divisão entre os ativos, situando sua carteira em algum lugar entre o conservador e o arrojado. Em resumo, ele contará com uma carteira mais equilibrada entre ativos de renda fixa e de renda variável.

É importante ressaltar que o perfil de investidor não vem apenas do nível de apetite ao risco, mas também do grau de conhecimento do investidor. Um investidor pouco experiente e sem ajuda profissional, certamente, estará correndo mais risco por não ter amplo domínio do que está fazendo.

Conheça as diferentes opções de investimento

Com a definição do seu perfil de investidor, o próximo passo é conhecer as diversas opções de investimento disponíveis no mercado e quais delas são mais adequadas ao seu apetite de risco.

O mercado financeiro é muito amplo e oferece diversas opções de investimento. Isso inclui desde os investimentos mais seguros (como os títulos públicos e fundos de renda fixa), até os investimentos mais arriscados e com maior potencial de retorno (como ações, fundos imobiliários, investimentos alternativos, criptomoedas, private equity e fundos de renda variável).

Nesse caminho, ainda encontramos os investimentos moderados, como ativos de renda fixa mais longos e fundos multimercado.

Por isso, é importante que o investidor saiba a definição, as vantagens e as desvantagens de cada um desses investimentos.  Isso porque, com essas informações, ele pode avaliar qual combinação entre eles lhe dará a melhor relação risco x retorno.

Estabeleça a volatilidade alvo e escolha os ativos

Depois de conhecer melhor as opções de investimentos adequados ao seu perfil de risco, fica mais fácil decidir qual é a volatilidade máxima a ser aceita dentro do portfólio.

Vale lembrar que a volatilidade, no mercado financeiro, é uma medida de dispersão dos retornos de um título ou índice de mercado.

Em outras palavras, quanto mais o preço de uma ação varia em um período de tempo, maior o risco do ativo. Portanto, a volatilidade é uma medida de risco e, quanto maior a volatilidade, maior o risco.

Entendidas as melhores opções para o seu perfil, basta escolher bons ativos para que a volatilidade total da carteira não ultrapasse a estabelecida, uma técnica conhecida como risk budgeting.

Além da volatilidade, é importante analisar a liquidez da carteira e o percentual de patrimônio em exposição a cada moeda e país. Também é importante tirar proveito da diversificação entre setores e tipos de ativos e “não colocar todos os ovos na mesma cesta”.

Acompanhe as carteiras para edições pontuais

Com a carteira inicialmente montada, o ideal é que o investidor acompanhe periodicamente a evolução dos ativos escolhidos. Além disso, também é recomendado que se continue aportando dinheiro frequentemente, de forma que o percentual de cada classe de ativo não flutue consideravelmente.

Nesse ponto, o importante é buscar equilíbrio e ter bom senso na hora de acompanhar os resultados dos ativos ao longo do tempo. Isso porque nem sempre um ativo será um bom investimento ao longo de anos ou décadas, em razão de mudanças econômicas ou tecnológicas, por exemplo; sugestionando que sejam substituídos por investimentos melhores.

Por outro lado, também é importante não se afobar e não trocar os ativos da sua carteira mais que o necessário. Vale destacar que a mudança constante de estratégia, além de resultar em retrabalho - e mais taxas e mais impostos -, dificilmente se traduz em mais retorno.

Agora que você já sabe como montar uma carteira de investimentos diversificada, aprofunde-se no tema, definindo seus objetivos e nível de risco, para estudar os ativos mais adequados ao seu perfil.

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