CRI e CRA: o que é e como funciona? Veja como investir

Por:
Caio Fasanella
22/11/2024
|
Atualizado em
21/11/2024
15 min de leitura

Quem busca investir seu dinheiro em uma aplicação financeira de risco mais baixo deve conhecer CRI e CRA. Esses títulos privados são boas opções de risco menores que a renda variável e bom potencial de rentabilidade.

Por isso, vale a pena saber o que é CRI e CRA, e como investir nesses produtos financeiros. Neste post, vamos apresentar os principais detalhes desses investimentos. Então, que tal saber mais?

O que é CRI e CRA?

CRI e CRA são as siglas de Certificado de Recebíveis Imobiliários e do Agronegócio, respectivamente. Ambos são títulos privados de renda fixa emitidos por securitizadoras, sendo que seu objetivo é financiar atividades dos setores imobiliário e do agronegócio.

Normalmente, eles apresentam vencimento a longo prazo e baixa liquidez. Ou seja, o mais comum é que você possa resgatar os valores aplicados somente na data de vencimento. No entanto, podem existir exceções.

Além disso, ambos são isentos da cobrança de Imposto de Renda (IR). Portanto, existe esse benefício. Por outro lado, não há cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que seria uma garantia extra.

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Quem emite um CRI?

A emissão do CRI é feito por uma securitizadora. Essa é uma instituição financeira que transforma títulos de dívida em papéis passíveis de negociação no mercado financeiro. Assim, consegue-se liquidez imediata, reduzindo o risco dos credores.

No mercado imobiliário, isso é feito da seguinte forma: a construtora reúne os pagamentos futuros de um empreendimento em construção e vende para a securitizadora. Assim, os CRIs são emitidos e disponibilizados aos investidores.

Conforme os recebíveis são quitados, os investidores recebem o capital investido acrescido de juros. Dessa forma, o empreendimento é finalizado, os investidores recebem a quantia devida e a securitizadora também tem sua margem de lucro com a operação.

Quem emite um CRA?

O CRA é emitido por uma securitizadora. Nesse caso, os títulos de dívidas dos agricultores e pecuaristas são reunidos e comercializados para investidores. O objetivo é o financiamento da safra ou da produção, ou da compra de máquinas, produtos e insumos agrícolas.

Dessa forma, o agropecuarista tem a quantia necessária para fazer as suas atividades e paga suas dívidas posteriormente. Em troca, a securitizadora tem sua margem de lucro e os investidores recebem os juros do valor aplicado no investimento.

Como funcionam os investimentos em CRI e CRA?

Os investimentos em CRI e CRA funcionam de maneira semelhante a outros produtos financeiros de renda fixa. Assim, os títulos privados são emitidos e adquiridos por investidores. Em compensação, eles recebem pelos valores aplicados.

Ainda que o funcionamento possa ser resumido dessa forma, existem detalhes a observar. Veja quais são eles.

Rentabilidade

O mais comum é que o rendimento de CRI e CRA seja pós-fixado e atrelado ao Certificado de Depósito Interbancário (CDI). Ou seja, você não sabe quanto vai ganhar, porque tudo depende do resultado dessa taxa.

Mas o que é o CDI? Esse é um índice das operações entre os bancos e fica pouco abaixo da Selic. Por isso, quanto mais alta estiver a taxa básica de juros, mais se ganha em um investimento atrelado ao CDI.

Outros indexadores podem ser a própria taxa Selic e o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Esse último mede a inflação oficial do Brasil, garantindo sempre um ganho real. Isso porque também é aplicada uma taxa fixa.

Ou seja, a rentabilidade vinculada à inflação é híbrida, pois tem uma taxa fixa e outra variável. Por exemplo, valor do IPCA + 3% ao ano. Por esse motivo, sempre existe o chamado ganho real

Outra possível rentabilidade é a prefixada. Nesse caso, já se negocia uma taxa fixa no momento da realização do investimento. Dessa maneira, você sabe quanto vai ganhar.

Vale a pena destacar que não existe resposta certa sobre o que é melhor. Tudo depende da estratégia adotada.

Liquidez

Normalmente, CRI e CRA permitem o resgate dos valores somente na data de vencimento. Portanto, a liquidez é baixa. Além disso, o prazo costuma ser longo — pode até ultrapassar 15 anos.

Por isso, vale a pena considerar esse fator antes de adquirir o título. Em alguns casos, as condições podem ser diferentes. Inclusive, a liquidez pode ser alta, mas seguindo um período de carência.

Esse é um período em que é impossível resgatar os valores. Normalmente, é de 90 dias. Depois desse prazo, o saque pode ocorrer a qualquer momento, sendo que você recebe o lucro proporcional.

Valor mínimo de investimento

O valor mínimo de investimento depende do título oferecido. Essa quantia varia e é possível encontrar ofertas por menos de R$ 1 mil. No entanto, é comum encontrar alternativas que exigem R$ 10 mil ou mais.

Além disso, existem ofertas restritas a investidores qualificados. Esses são investidores com mais de R$ 1 milhão em patrimônio alocado em ativos financeiros.

Riscos

Para entender o que é CRA e CRI, é preciso conhecer os riscos e garantias. Os papéis podem ser emitidos pelo chamado regime fiduciário, o que significa que a securitizadora é apenas a responsável pela emissão.

Portanto, o risco é restrito às operações incluídas nesses certificados. Ou seja, considera-se somente a capacidade de pagamento de quem tem a dívida no mercado imobiliário ou no agronegócio.

Assim, se a securitizadora tiver um problema, o fluxo de pagamentos dos investidores continua igual. Isso porque os recebíveis têm seu patrimônio separado.

Além disso, há o risco de crédito do emissor. Se ele vai à falência, por exemplo, o valor investido pode virar zero e, como não há cobertura do FGC, o investidor ficará sem nada.

Tributação e taxas

O rendimento de CRI e CRA é isento de cobrança de Imposto de Renda e de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Isso torna a rentabilidade ganha pelo investidor em um retorno líquido.

Outra vantagem é a ausência de cobrança de taxa de administração. Isso é o que normalmente acontece. Por fim, você também pode zerar a taxa de corretagem ou de custódia, dependendo da corretora de investimento que escolher.

Quais são as diferenças entre CRI e CRA?

As diferenças entre CRI e CRA se referem somente à origem dos recebíveis. No primeiro caso, o lastro são os créditos relacionados ao setor imobiliário. Enquanto no segundo, o foco são os empréstimos para produção, comercialização, industrialização ou beneficiamento de produtos, máquinas e insumos do agronegócio.

Como investir em CRI e CRA?

Se você quer saber como investir em CRI e CRA, veja o passo a passo a seguir.

Abra a conta em uma corretora de valores

Comece escolhendo a corretora de valores ideal para você. Verifique a plataforma, se é fácil de utilizar e as taxas cobradas. Conferir o suporte oferecido também é importante.

Verifique o prospecto

Avalie todas as informações sobre a proposta de CRI ou CRA. O prospecto traz todos os detalhes, como a rentabilidade oferecida, as condições de distribuição, os prazos, etc.

Solicite uma reserva

Você deve informar à corretora de valores quantos títulos deseja adquirir. Esse processo é chamado de período de reserva, que pode levar algumas semanas. No final desse prazo, o preço final dos papéis é repassado e quantos foram efetivamente comprados.

Nos casos em que a demanda é maior do que a oferta, é feito um rateio. Ainda existem situações em que há certificados no mercado secundário. Esse é o ambiente em que os investidores negociam entre si.

Analise o valor mínimo

Muitas vezes, é exigida uma quantia mínima de aplicação. Esse aspecto depende do nível de risco e do potencial de rentabilidade do investimento.

Confira o risco

Cada certificado de recebível é composto de maneira diferente. É importante analisar esse aspecto para evitar riscos excessivos. Além disso, avalie a securitizadora e se foi adotado o regime fiduciário.

Nesse processo, considere o rating dos papéis. Isso demonstra o risco de crédito. Portanto, você descobre se há um alto risco de calote.

Transfira o dinheiro e escolha seu CRI ou CRA

Passe seu dinheiro da conta-corrente para a conta da corretora de valores. Assim que a transferência for confirmada, escolha o seu CRI ou CRA e execute a ordem de investimento. A operação será confirmada e você pode aguardar a data de vencimento para receber a sua rentabilidade.

É seguro investir em CRA?

Sim, é seguro investir em CRA. Tanto que esse é um investimento da renda fixa. No entanto, é preciso tomar alguns cuidados, já que esse papel não conta com a proteção do FGC. Assim, é importante verificar se existe o chamado Termo de Securitização.

Esse é um documento que inclui diferentes procedimentos. Além disso, ele traz vários elementos, como:

  • Identificação do devedor;
  • Valor nominal do crédito que lastreia a emissão;
  • Indicação das garantias dos títulos, se existir;
  • Identificação dos títulos emitidos.

Ainda avalie a existência do regime fiduciário para haver a separação do patrimônio do investimento e da securitizadora. Por último, verifique o rating de quem emite o crédito.

É seguro investir em CRI?

Sim, também é seguro investir em CRI. Esse é um investimento de renda fixa com risco baixo, mesmo sem a proteção do FGC. No entanto, é preciso verificar o Termo de Securitização e seus detalhes, assim como o rating dos títulos e a opção pelo regime fiduciário.

Quais são as vantagens de investir em CRI e CRA?

As vantagens de investir em CRI e CRA são:

  • Maior potencial de retorno, em comparação com outros papéis da renda fixa;
  • Isenção de IR e IOF;
  • Custos normalmente baixos;
  • Investimento seguro.

E as desvantagens?

Entre as desvantagens de investir em CRI e CRA estão:

  • Ausência da proteção do FGC;
  • Baixa liquidez.

Assim, existem pontos positivos e negativos a considerar. Tudo deve ser analisado sob a perspectiva da sua realidade. A partir disso, você descobre se essas são as melhores opções de investimentos.

No entanto, existem outras possibilidades. Aqui, entram a renda variável e a opção de investir no exterior. Saiba mais, a seguir.

Existem alternativas de investimento?

Apesar de ser interessante saber como investir em CRA e CRI e existirem alguns benefícios, há mais opções de investimento válidas. O ideal é ter uma carteira diversificada, que conte com mais de um tipo de ativo.

Nesse sentido, é válido saber como investir em dólar. Essa é uma forma de variar o seu portfólio e expô-lo a um mercado mais maduro e com maior potencial de retorno. Isso porque a moeda americana é historicamente valorizada perante a brasileira.

Na prática, isso faz com que você consiga aumentar e consolidar o seu patrimônio com mais facilidade. Portanto, é uma boa opção para complementar CRI e CRA, que são ativos da renda fixa, bastante seguros, mas com um potencial de rentabilidade mais baixo.

Além disso, existe a renda variável. Você pode optar pelo mercado de ações, tanto no Brasil quanto em outros países. Basta saber como declarar investimento no exterior para cumprir todas as regras da Receita Federal e evitar cair na malha fina.

Independentemente do caso, é importante ter uma conta global de investimento, como a da Nomad. Dessa forma, você investe seu dinheiro, faz compras no exterior e realiza transferências com uma cotação de câmbio atrativa.

Agora, você já sabe como investir em CRI e CRA, quais são as características desses investimentos e outros detalhes. Então, está na hora de escolher o que vale mais a pena para fazer seu patrimônio crescer. Nesse processo, conte com a Nomad! Abra sua conta agora e confira todas as possibilidades.

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O conteúdo disponibilizado neste artigo não constitui ou deve ser considerado como conselho, recomendação, oferta ou solicitação de quaisquer produtos ou serviços pela Nomad. Este material tem caráter exclusivamente informativo. Para saber mais, acesse https://nomadglobal.com/legal/

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