Como investir no exterior morando no Brasil? Passo a Passo

Por:
Celso Filho
14/5/2024
|
Atualizado em
27/12/2023
15 min de leitura

Aprender como investir no exterior é uma excelente opção para quem deseja diversificar sua carteira de investimentos, aportando em ativos valiosos e tão seguros quanto às opções existentes no Brasil. Há diversos bons motivos para investir no exterior: proteção do capital, consolidação do patrimônio, diversificação da carteira de ativos, melhoria da rentabilidade e mais.

Tudo isso se resume em uma máxima: compensa investir em outros países. Especialmente, quando a moeda é o dólar. Neste post, vamos explicar melhor essas questões e ainda indicar como você pode fazer isso. Então, que tal saber mais?

É seguro investir no exterior?

Investir no exterior significa alocar parte do seu capital em ativos internacionais. Quando você escolhe uma moeda forte e historicamente com potencial de valorização sobre o real, tem mais chance de conseguir um bom retorno. Especialmente, quando for considerado o longo prazo.

Nesses casos, os investimentos no exterior são seguros. Afinal, você está escolhendo um mercado mais estável do que o brasileiro. Esse procedimento é chamado de hedge e visa à proteção patrimonial.

Isso é especialmente importante em casos de crise financeira. Isso porque essa é uma situação em que o real tende a se desvalorizar rapidamente. Ao ter seu capital alocado em bolsas de valores de outros países, você tem mais tranquilidade. Especialmente, se o investimento for feito em dólar, uma das moedas mais caras do mundo.

Um exemplo é a queda do real em 2021, ano muito afetado pela pandemia do coronavírus. Conforme o relatório da Austin Rating, a moeda brasileira foi a 16ª que mais perdeu valor em relação ao dólar no mundo.

A perda foi de 8,2%. Enquanto isso, a moeda americana começou o ano de 2021 sendo cotada a R$ 5,19. Por sua vez, a máxima nominal atingiu R$ 5,79.

Já em 2022, um levantamento da Economatica identificou que o Brasil é o país onde o dólar mais perdeu valor. O recuo chega a 6,63%. Os motivos são as preocupações fiscais e políticas. Ainda assim, o real é uma das moedas mais desvalorizadas do mundo.

Tudo isso ajuda a demonstrar que os investimentos no exterior são seguros. Basta fazer o processo com a ajuda de instituições confiáveis.

É vantagem investir no exterior?

Existem vários motivos que justificam alocar seu capital em outro país. Inclusive, já abordamos alguns deles: proteção e consolidação patrimonial, melhoria da rentabilidade etc. Ainda tem mais. O mercado externo é menos restrito e oferece mais opções.

Uma das principais vantagens de investir no exterior é aproveitar a constante valorização de moedas estrangeiras, principalmente o dólar, para conseguir aumentar seu patrimônio sem expor a riscos maiores.

Além disso, você pode investir em renda fixa e até mesmo ações de grandes empresas, como Apple e Amazon, dentro de uma única plataforma.

Assim, você consegue acessar diferentes tipos de produtos — diferente do que acontece no Brasil, no qual alguns ativos são específicos para investidores qualificados.

Outras vantagens de investir no exterior são:

  • Diversificação de investimentos, já que você expõe seu capital a outros mercados;
  • Redução do risco, justamente porque existe uma diversificação geográfica;
  • Exposição à economia mundial, o que permite acessar ativos diferentes e empresas com atuação global;
  • Alto potencial de retorno, encontrado especialmente nas bolsas americanas;
  • Variedade de ativos. Isso porque as bolsas de valores do exterior têm mais empresas listadas. Enquanto a B3 tem menos de 500 companhias, a NYSE tem mais de 2.400 e a Nasdaq contempla mais de 3.600.

Percebe a diferença? Tudo isso fez os brasileiros migrarem seu dinheiro para outros países. Somente em 2021, a soma chegou a 558 bilhões de dólares, conforme a Anbima. Por isso, fica evidente que é vantagem investir no exterior.

Porém, claro que existem algumas desvantagens, como todo investimento. Conheça algumas delas;

  • Exposição à riscos cambiais, uma vez que o retorno e valorização podem ser afetadas pelas flutuações das taxas de câmbio, que sobem e descem praticamente todos os dias;
  • Conhecimento sobre o mercado internacional, afinal eventualmente será necessário lidar com questões tributárias e entender a regulação de cada país;
  • Riscos políticos e econômicos, já que em qualquer país o mercado financeiro acompanha sua própria dinâmica, de acordo com fatos relevantes, como por exemplo aumento de juros e inflação.

Mas claro, todos esses riscos existem em qualquer lugar que você for investir, inclusive no Brasil. Por isso é importante conhecer e estar ciente das vantagens e desvantagens de investir no exterior, pois, assim, você pode tomar decisões informadas e de acordo com seu perfil.

Como investir no exterior morando no Brasil?

Na hora de alocar seu capital em outros mercados, existem duas possibilidades. A primeira é o investimento direto. Nesse caso, você abre uma conta em uma corretora de valores do país de destino do dinheiro e adquire os ativos que quiser. Um exemplo é a Nomad. Com apenas US$1 você já pode começar a construir o seu patrimônio no exterior com uma conta assegurada em até US$ 500 mil pelo SIPC.

A segunda é indireta. Nesse modelo, você investe em Brazilian Depositary Receipts (BDRs) ou Exchange Traded Funds (ETFs), por exemplo, que são títulos emitidos e negociados no Brasil, mas lastreados no exterior.

Apesar da última alternativa ser a escolha de muitas pessoas, ela traz várias limitações. Para começar, você não pode escolher os ativos que quiser. Além disso, não recebe a mesma rentabilidade que seria possível no formato de investimento direto.

Portanto, se você quer ter liberdade, a melhor maneira de acessar os mercados internacionais é abrindo uma conta em uma corretora de valores estrangeira. De modo geral, esse procedimento é rápido e pode ser feito com a inserção de informações cadastrais simples e apresentação de documentos básicos.

Leitura recomendada: Quando comprar ações: vale a pena comprar com o mercado em baixa?

Como investir nos EUA morando no Brasil?

Além de abrir a sua conta em uma corretora de valores, você precisa enviar o dinheiro para o exterior. Isso significa contar com uma plataforma de transferências internacionais, como a Nomad. Assim, o dinheiro será convertido de reais para dólares e é creditado para que você possa utilizá-lo.

Dessa forma, você executa todo o processo com a melhor cotação para o momento, focando o máximo custo-benefício. Ainda terá acesso a diferentes tipos de investimentos. Alguns deles são:

  • Stocks: são ações de empresas negociadas nas bolsas de valores;
  • Real Estate Investment Trust (REIT): são semelhantes aos fundos imobiliários;
  • ETF: são fundos de índice, ou seja, a rentabilidade varia de acordo com um indexador.

Portanto, para saber como investir nos EUA morando no Brasil, basta fazer a sua conta na corretora e enviar o dinheiro. Então, escolha os ativos em que deseja aplicar.

Ainda existe o mercado de criptomoedas, como o Bitcoin. Se essa for a sua opção, precisará de uma exchange, como a Binance. Por meio desta plataforma, você compra e vende esses ativos, e ainda realiza outras operações, como a de empréstimos.

Como investir em ações no exterior?

Para saber como investir em ações no exterior, você deve conhecer os documentos normalmente necessários para abrir a sua conta na corretora de valores. Geralmente, são solicitados:

  • Cópia do passaporte;
  • CPF;
  • Comprovante de residência;
  • Formulário W-8BEN, que é um Certificado de Condição de Estrangeiro fornecido pelo Órgão Federal dos EUA (IRS);
  • Declaração do Imposto de Renda;
  • Informações sobre o seu empregador.

Quais cuidados tomar antes de investir no exterior?

Se você está planejando investir no exterior pela primeira vez, alguns cuidados são necessários para garantir as melhores escolhas para o seu perfil.

Como em qualquer outro investimento, a escolha dos ativos para compor sua carteira precisa ser feita com muito cuidado e de forma minuciosa. A começar pelo entendimento das regras e regulamento sobre investimentos do país que está investido.

Cada território tem suas próprias regras e um sistema fiscal próprio. Então, ao investir no exterior, acompanhar o mercado internacional e entender fatores que podem influenciar seus investimentos é crucial.

Alguns outros cuidados que você deve ter ao investir no exterior são:

  • Faça pesquisas e análises sobre o ativo que está interessado. Veja o histórico de resultados, qual taxa acompanha seu crescimento, entre outras informações;
  • Procure diversificar seu portfólio para evitar exposição a um único ativo. Ou seja, não aporte todo seu dinheiro em uma única opção;
  • Assim que investir, acompanhe de perto a evolução do ativo. Se algo ocorrer e ele desvalorizar, espere um pouco antes de fazer a retirada e pesquise opiniões e relatórios de especialistas sobre.

Quais as tributações e obrigações fiscais de quem investe no exterior?

Mais um ponto importante para ter cuidado: investimentos estrangeiros também devem ser declarados no Imposto de Renda. 

A tributação ocorre na declaração de imposto de renda, e o imposto é pago no Brasil, não no exterior. O imposto varia conforme o tipo de ativo e de rendimento.

Porém, em alguns casos, o imposto é pago pelo Carnê Leão, que é utilizado para a declaração mensal de rendimentos provenientes do exterior, como dividendos e aluguéis.

É responsabilidade do investidor apontar se o investimento teve alguma retenção de imposto no país estrangeiro, que pode ser compensado no Brasil. 

O próprio sistema do Carnê Leão é encarregado de calcular quaisquer saldos que o contribuinte deve pagar. Em certos casos, os investimentos podem estar localizados em paraísos fiscais (regiões que não impõem tributação sobre investimentos).

Nestas circunstâncias, o investidor será obrigado a pagar o Imposto de Renda utilizando o Carnê-Leão, que constitui o método de pagamento do imposto ao longo do ano.

Além disso, brasileiros que possuem ativos (como imóveis, ações ou contas bancárias) no exterior com valor total igual ou superior a US$ 1 milhão devem informar o Banco Central do Brasil por meio da declaração de Capitais Brasileiros no Exterior (CBE).

Leia também: BDR paga dividendos? Descubra como calcular

Porque é importante diversificar a carteira de investimentos?

Como já reforçamos aqui, diversificar sua carteira de investimentos é essencial para quem deseja investir em moeda estrangeira por vários motivos.

Primeiro, você protege seu patrimônio da volatilidade do câmbio. Quanto se investe em vários ativos, a carteira fica protegida contra oscilações bruscas, prevenindo perdas consideráveis de uma só vez.

Além disso, investindo em outros mercados além do brasileiro, você estará equilibrando possíveis perdas em caso de recessão da nossa economia ou de desvalorização do Real.

Assim, quando um mercado está em queda, outro pode estar em alta, você estará equilibrando o desempenho geral da carteira.

Invista agora em dólar!

Como podemos ver neste artigo, investir no exterior é uma ótima opção para quem deseja ter acesso a ativos valorizados e diversificar sua carteira. 

Optar por diversificar seu portfólio com investimentos no exterior não apenas amplia a variedade dos seus investimentos, mas também proporciona maior estabilidade. 

Essa estratégia pode apresentar maior potencial de retornos financeiros e expandir significativamente o seu espectro de oportunidades de investimento. Mas é muito importante pesquisar bastante sobre as opções escolhidas e como anda o mercado no exterior para fazer as melhores escolhas,

Quer aprender mais como investir e aproveitar a alta do dólar para lucrar mais com seus investimentos? Aprenda como investir em dólar e proteger seu patrimônio!

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