Qual o custo de vida na Itália em 2024? Preço de aluguel, alimentação e mais

Por:
Clara Dalanora
12/3/2024
|
Atualizado em
12/3/2024
15 min de leitura

Nos últimos anos, a Itália se tornou um dos destinos mais procurados para quem deseja imigrar para a Europa. Como em qualquer outro país, o custo de vida depende bastante da região onde você irá morar. Por exemplo, cidades do norte (como Milão, Turim e Veneza) possuem um custo maior em comparação as do sul (como Nápoles e Palermo), que é uma região historicamente mais pobre.

Pensando nisso, separamos as informações por uma média geral do custo de vida no país, para você entender um pouco mais sobre o que esperar na Itália. Vamos lá!

Salário na Itália: quanto se ganha no país?

Quando nos mudamos para um país, qual a primeira coisa que queremos saber? Quanto iremos receber por mês, claro!

A Itália é um dos poucos países na Europa que não possui um salário mínimo estipulado por lei. Na prática, cada setor possui uma base salarial estipulada por contrato negociado pelo sindicato de cada categoria, o Contratto Collettivo Nazionale del Lavoro (CCNL), em português, Convenção Coletiva de Trabalho.

Por exemplo, um operador de caixa ganha em média 1.000€ por mês e um gerente de marketing em torno de 3.140€. Geralmente, os profissionais com melhores salários na Itália são:

  • Engenheiros;
  • Médicos;
  • Tabeliões;
  • Profissionais de marketing;
  • Advogados;
  • Contadores;
  • Profissionais de T.I e programação;

Como podemos observar, profissões que exigem ensino superior possuem uma remuneração melhor. Se você é formado aqui no Brasil, pode validar seu diploma na Itália e assim dar o primeiro passo para ter um bom emprego por lá.

Aluguel na Itália: preços de casas e apartamentos

Outro ponto importante para entender o custo de vida na Itália é o preço dos aluguéis residenciais. Os preços de aluguel variam de acordo com a localização, o tipo de propriedade e as condições do mercado imobiliário. 

Por exemplo, cidades como Milão e Veneza variam de 1.035€ e 665€ por mês, já que o norte é uma região mais valorizada na Itália. Em Roma pode chegar até 1.500€ no centro da cidade, já que a capital também costuma ser mais cara.

Os contratos possuem duração diferente do Brasil. Lá, o modelo mais comum é de contrato de 3 anos, com opção de ser renovado por mais 2. Há também contratos de 4 anos, que podem ser renovados por mais 4. 

Para seguir com o contrato, há o caução, que varia de um a três meses de aluguel. Esse valor é devolvido ao inquilino após o término do contrato, similar ao sistema de caução no Brasil.

Em termos de documentação, é essencial ter:

  • Passaporte válido ou carteira de identidade europeu;
  • Um visto de residência apropriado para sua estadia;
  • Odice Fiscale (número de identificação fiscal);
  • Comprovantes de renda ou um fiador.

Depois de assinar o contrato, o próximo passo é o registro do mesmo na Agenzia delle Entrate, um órgão governamental italiano equivalente à Receita Federal brasileira. Existe uma taxa associada ao registro, geralmente em torno de 160€. 

Não se preocupe quanto a isso, pois o processo e a responsabilidade de pagamento são geralmente do proprietário ou da imobiliária. Mas antes de prosseguir com o aluguel, verifique também se taxas de água, luz e gás são pagas separadamente ou juntas com o valor do aluguel.

Confira também: Conheça o Tratado de Schengen e como ele pode facilitar sua estadia na Europa.

Saúde na Itália: custo e qualidade do sistema de saúde

Outro fator essencial sobre o custo de vida na Itália é sobre a saúde. Na Itália, há também o Servizio Sanitario Nazionale (SSN), ou Serviço de Saúde Nacional, que possui muitas semelhanças com o Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil. 

A diferença principal está na administração, que, na Itália, é realizada por suas 20 regiões administrativas, fazendo com que os hospitais sejam regionais, e não estatais. E ao contrário do SUS no Brasil, que oferece atendimento universal e gratuito, na Itália cada indivíduo é submetido a uma taxa baseada na sua renda. 

Se a renda da família for muito baixa ou inexistente, essa taxa é isenta. As taxas, conhecidas como "tickets", são aplicadas principalmente para exames e consultas com especialistas, e não para visitas regulares ao seu médico de clínica geral. A estrutura de taxas é progressiva, ou seja, quem ganha mais paga mais.

Falando em médico geral, na Itália ele é frequentemente referido como "medico di base" ou "medico di famiglia". É o principal responsável pelo seu atendimento médico e geralmente tem um relacionamento de longo prazo com o paciente. 

Para brasileiros que se mudam para a Itália já na idade adulta, a escolha e atualização de informações com esse médico fica a cargo do próprio paciente. 

Ao contrário do sistema brasileiro, onde as consultas muitas vezes ocorrem em postos de saúde comunitários, na Itália o atendimento é mais direcionado e ocorre majoritariamente no consultório do seu médico de clínica geral.

Para quem optar por um plano de saúde privado, terá que pagar em média 250€ por ano para uma pessoa maior de idade.

Custo de vida na Itália: gastos cotidianos com alimentação, transporte e lazer

Como já foi reforçado acima, o custo de vida na Itália depende muito da região onde você irá morar. Mas de forma geral, uma pessoa consegue ter uma boa qualidade de vida no país e ter acesso a opções de qualidade de alimentação e lazer.

Para ter uma ideia, a conta de supermercado para uma pessoa pode variar entre 150€ e 300€ por mês, dependendo da escolha de produtos. Uma refeição em restaurante custa em torno de 15€ e 30€.

A Itália possui ótimas opções de lazer por ser um país turístico e com riqueza cultural. Por exemplo, a entrada para o Coliseu de Roma custa cerca de 12€. Além disso, é possível viajar para outros países europeus de trem, o que torna possível passar um fim de semana em um lugar novo.

O transporte é relativamente barato. Um bilhete único de ônibus ou metrô em cidades como Roma ou Milão custa em torno de 1,50€ a 2€. Há também o passe mensal, que custa entre 30€ e 60€.

Custo de vida na Itália: uma visão geral

Como podemos ver, o custo de vida na Itália varia substancialmente de acordo com a região e a profissão. Cidades do norte como Milão e Veneza têm custos de vida mais altos em comparação com cidades do sul como Nápoles e Palermo. 

Lembrando que, em termos de salário, não há um salário mínimo nacional, mas cada setor tem uma base salarial negociada por sindicatos. Por isso, antes de se mudar, pesquise cargos que almeja conseguir na Itália e qual o salário negociado pelo sindicato.

Por exemplo, uma pessoa que ganha 1.000€ por mês, tem uma vida financeiramente desafiadora, especialmente em cidades com custo de vida mais alto. 

Mesmo no cenário mais otimista, quase todo o salário seria destinado a despesas essenciais como aluguel, alimentação e transporte, deixando pouco espaço para lazer ou poupança. Já um casal consegue viver melhor, já que irá dividir as despesas e aproveitar melhor o país.

Agora, com essas informações, basta fazer suas malas e Bella Ciao!

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