Conquistar uma vaga para trabalhar remoto no exterior é um grande passo profissional. Talvez você esteja nesse processo agora, em busca de uma oportunidade que ofereça mais liberdade, um bom salário e reconhecimento. No entanto, um ponto não pode ser ignorado: como negociar salário no exterior.
Pode parecer complicado no início. Afinal, são outros costumes, outra cultura, outra moeda. Mas a verdade é que uma boa negociação fará toda a diferença na sua vida profissional e financeira.
Neste artigo, vamos te mostrar por que negociar é tão importante, como se preparar bem antes de conversar sobre valores e como conduzir a negociação de um jeito respeitoso e estratégico. Se você quer garantir uma remuneração justa e compatível com o mercado global (e ainda construir uma relação saudável com a empresa), este guia foi feito para você. Vamos juntos?
Por que a negociação salarial é importante ao trabalhar para o exterior
Negociar salário ao trabalhar para o exterior é um passo essencial para garantir que você receba de forma justa, levando em conta o seu valor, a sua realidade no Brasil e o que a empresa está economizando ao contratar remotamente.
Vamos ser claros: quando uma empresa no exterior contrata alguém no próprio país, ela arca com uma série de encargos trabalhistas, benefícios obrigatórios e tributos. Por outro lado, ao contratar um profissional remoto no Brasil, boa parte desses custos simplesmente não existe. Isso já representa uma economia significativa para a empresa, e é aí que entra a sua chance de negociar bem.
Alguns brasileiros acham que, por estarem trabalhando de longe, precisam “cobrar menos” ou aceitar qualquer oferta. Mas isso não é verdade. Se a empresa está disposta a contratar um global worker, é porque reconhece o valor dessa mão de obra. Inclusive, o profissional brasileiro tem se destacado globalmente por sua qualificação, adaptabilidade e bom desempenho.
Uma negociação salarial bem-feita ajuda a estabelecer uma relação de respeito e transparência logo de início. Você mostra que conhece o mercado, valoriza seu trabalho e entende as particularidades desse tipo de contrato.
Além disso, quando a negociação é feita com clareza, todo mundo sai ganhando. A empresa consegue contratar um ótimo profissional com uma boa relação custo-benefício e você recebe de forma justa, de acordo com o mercado e sua realidade. Justo, concorda?
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O que fazer antes de negociar salário no exterior
Antes de entrar em qualquer negociação, é importante se preparar, e isso vale ainda mais quando o assunto é negociar salário no exterior. Aqui, informação é a sua melhor aliada. Quanto mais você souber sobre o mercado, sobre si mesmo e sobre o que busca nessa oportunidade, mais chances terá de fazer uma negociação segura e vantajosa.
Muita gente se sente insegura nesse momento por não saber quanto pedir ou como argumentar. E é aí que entra a preparação. Quando você entende sua posição no mercado, conhece seu custo de vida e tem clareza sobre seus diferenciais, fica muito mais fácil sustentar uma proposta com confiança.
Vamos dividir essa preparação em três frentes.
1. Pesquise a faixa salarial local
O primeiro passo é entender quanto o mercado está pagando para alguém com o seu perfil. Para isso, use ferramentas como Glassdoor, Payscale e Levels.fyi. Busque cargos equivalentes ao seu, na região onde a empresa está localizada e, se possível, dentro do mesmo setor.
Agora, atenção: mesmo sendo um profissional remoto no Brasil, essa pesquisa é valiosa. Por quê? Porque seu trabalho será medido com base nos padrões da empresa. Então, use essa informação a seu favor, mas adapte à sua realidade.
Considere que o custo de vida no Brasil costuma ser mais baixo que em países como os Estados Unidos ou a Inglaterra. Isso te dá margem para negociar uma remuneração competitiva que ainda seja vantajosa para a empresa.
E não se esqueça de analisar o seu nível de senioridade: profissionais júnior, pleno e sênior têm faixas salariais bem diferentes. Ter isso claro evita pedir de menos – ou de mais.
2. Considere seu custo e padrão de vida atuais e desejados
Para negociar salário no exterior, não basta saber quanto o mercado paga. Você também precisa saber de quanto precisa e quanto quer ganhar. Ter clareza sobre isso evita aceitar uma proposta que, na prática, não sustenta seu estilo de vida ou seus planos.
Comece levantando seus custos mensais: moradia, alimentação, transporte, plano de saúde, lazer, educação, entre outros. Depois, pense em onde você quer chegar. Está planejando guardar dinheiro, investir mais, fazer uma reserva financeira? Isso também entra na conta. Ter esses valores em mãos te ajuda a estabelecer um mínimo aceitável na negociação.
Além disso, se você for contratado como pessoa jurídica, é importante lembrar que vários custos que seriam cobertos por uma vaga CLT, agora são por sua conta. Isso inclui previdência, plano de saúde, férias, impostos e até despesas com estrutura de trabalho.
Esse planejamento financeiro é o que te dá segurança para defender uma proposta com argumentos sólidos. Em vez de simplesmente “chutar” um número, você mostra que sabe o que está fazendo, e isso transmite seriedade e profissionalismo.
3. Conheça os seus diferenciais
Antes de começar a conversa sobre salário, você deve saber exatamente o que consegue entregar e por que isso merece ser bem remunerado.
Pare um momento e reflita: o que você já realizou até aqui? Quais projetos entregou com excelência? Como seu trabalho impactou resultados?
Liste essas conquistas com números e dados sempre que possível. Por exemplo: você aumentou as vendas em 30%, reduziu o tempo de entrega em 40%, liderou uma equipe de 10 pessoas ou entregou um sistema em tempo recorde? Esses detalhes fazem toda a diferença.
Outro ponto importante: quais hard skills ou experiências te fazem se destacar? Pode ser o domínio de determinadas ferramentas ou tecnologias, conhecimento de outro idioma, histórico em empresas globais ou mesmo habilidades como autonomia, resolução de problemas e comunicação.
Esses diferenciais te ajudam a sustentar a pedida salarial com base em valor real, não só em tempo de experiência. Assim, você não apenas responde quanto quer ganhar, mas mostra por que vale esse investimento.
Saber como negociar salário com base em fatos e realizações concretas aumenta sua credibilidade e mostra maturidade profissional. E o melhor: te dá confiança na hora da conversa.
Como apresentar sua pretensão salarial de forma estratégica
Chegou a hora de colocar todo o seu preparo em prática. Depois de pesquisar, refletir e entender seu valor, como comunicar isso da forma certa?
Apresentar sua pretensão salarial é um momento delicado, mas também é uma grande oportunidade. A chave está em alinhar clareza, respeito e estratégia.
É importante não parecer inflexível, mas também não subestimar o seu valor. Saber como pedir aumento ou discutir remuneração não precisa ser desconfortável quando você se apoia em dados e argumentos consistentes.
A seguir, veja como lidar com algumas situações comuns nesse momento.
“Qual sua pretensão salarial?”
Essa pergunta pode surgir já na primeira entrevista de emprego no exterior ou só mais tarde no processo. Quando vier, respire fundo: você não precisa ter uma resposta exata de imediato.
Uma boa saída é responder com uma faixa salarial, baseada nas suas pesquisas e considerando seus custos pessoais. Por exemplo: “De acordo com minhas pesquisas para essa posição e com base no meu perfil, estou buscando algo entre X e Y dólares”.
Outra abordagem válida é devolver a pergunta com educação: “Gostaria de entender melhor o orçamento da empresa para essa vaga, assim posso avaliar se estamos alinhados”.
O importante é ser direto, mas também mostrar flexibilidade. Falar com naturalidade transmite segurança e evita aquela impressão de que você está “escondendo o jogo”.
Como saber o timing certo?
Falar sobre salário na hora errada pode atrapalhar uma boa oportunidade de conquistar uma carreira internacional. Por isso, é preciso entender o momento certo para entrar nesse assunto.
Em geral, o ideal é esperar até que a empresa demonstre real interesse no seu perfil. Isso normalmente acontece depois de uma ou duas etapas do processo seletivo, quando você já apresentou suas habilidades e conquistou a atenção da equipe de recrutamento. Nesse ponto, é mais provável que a empresa esteja aberta a ouvir sua pretensão com seriedade.
Mas e se a empresa não tocar no assunto? Aí vale a pena você trazer a pauta – com tato. Uma sugestão: “Gostaria de entender melhor os termos da vaga, inclusive a faixa de remuneração, para avaliarmos se estamos alinhados”.
Se for necessário fazer uma contraproposta, prefira formalizar por e-mail. Isso te dá tempo para estruturar bem o que vai dizer e registrar tudo por escrito. Seja direto, cordial e fundamente seu pedido com base nas pesquisas, diferenciais e expectativas que você mapeou.
Lembre-se: negociar salário no exterior exige equilíbrio entre firmeza e bom senso. Saber o momento certo de falar – ou de esperar – pode aumentar bastante suas chances de sucesso.
Valorizando-se sem exagerar
Saber o próprio valor é essencial em qualquer negociação, mas existe uma linha tênue entre se valorizar e exagerar, e é aí que alguns escorregam. Pedir acima do que o mercado costuma pagar, sem uma justificativa clara, pode fazer a empresa simplesmente encerrar a conversa.
Por isso, ao negociar salário no exterior, seja assertivo, mas também realista. Use os dados que você levantou para embasar sua pedida e mostre segurança no que está propondo. Evite frases vagas como “quero ganhar o máximo possível” ou “qualquer coisa acima do meu salário atual já está bom”. Elas passam a impressão de que você não tem clareza sobre o que busca.
Outra dica: esteja aberto a negociar. Se a empresa não conseguir chegar no valor ideal, talvez consiga oferecer outros benefícios ou uma revisão salarial após o período de experiência. O importante é construir um diálogo transparente, onde ambas as partes buscam uma solução viável.
Você não precisa – e nem deve – se desvalorizar para conquistar a vaga. Mas também não quer assustar o recrutador com uma pedida completamente fora da realidade. O segredo está no equilíbrio.
Como negociar um pacote completo de benefícios e compensações
Quando se fala em negociar salário no exterior, muita gente pensa só no valor mensal em dólares. Mas o que vem junto com esse salário pode fazer uma diferença enorme no seu bem-estar e nas suas finanças.
Por isso, vale a pena ir além do valor base e considerar o pacote completo de benefícios e compensações. Em vagas internacionais, especialmente remotas, existem itens que podem (e devem) ser discutidos: auxílio home office, equipamentos, saúde, bônus, dias de folga e muito mais.
Uma boa negociação leva tudo isso em conta, e pode fazer uma proposta mediana se tornar bem interessante no fim das contas. A seguir, vamos detalhar o que você deve analisar e negociar.
Que benefícios são comuns e podem ser negociados?
Empresas que contratam profissionais remotos costumam oferecer benefícios adaptados a esse modelo. Alguns exemplos:
- Auxílio home office: ajuda de custo mensal para cobrir internet, energia etc.
- Equipamentos de trabalho: computador, monitor, headset, às vezes até uma cadeira nova.
- Cursos e certificações: muitas empresas pagam por treinamentos que ajudem no seu desenvolvimento.
- Seguro saúde internacional: essencial se você viaja ou precisa de cobertura fora do Brasil.
- Folgas remuneradas: dias off, férias pagas e até feriados flexíveis.
- Bônus por performance: pagamento extra baseado em metas ou resultados.
- Stock options: direito de comprar ações da empresa a preço fixo no futuro.
Vale perguntar logo no início do processo o que a empresa oferece, e se existe flexibilidade para ajustar alguns pontos. Às vezes, aumentar um benefício pode ser mais fácil para a empresa do que subir o salário base.
Atenção aos detalhes
Na empolgação de fechar uma proposta com uma empresa que leva brasileiros para trabalhar no exterior, é comum deixar passar pontos importantes do contrato. Mas esses detalhes podem afetar o ganho final e até gerar dor de cabeça lá na frente.
Primeiro, verifique o tipo de contratação. O mais comum para brasileiros trabalhando remotamente é o modelo PJ (pessoa jurídica). Isso significa que você será responsável por pagar seus próprios impostos, previdência e benefícios. Se ainda não está acostumado com isso, vale conversar com um contador para entender bem como funciona.
Outro ponto: qual será a moeda do pagamento? Se for em dólar ou euro, ótimo. Mas fique atento à forma de recebimento. Como esse valor vai chegar até você? Nesse momento, a Nomad será sua aliada: com uma conta em dólar, você receberá seu salário com facilidade e segurança.
E não se esqueça das suas obrigações fiscais no Brasil, uma vez que é preciso declarar esses rendimentos corretamente. Aqui, de novo, é bom buscar a orientação de um especialista para evitar problemas futuros com o fisco.
Dicas para uma negociação respeitosa e eficaz
Negociar não é brigar por mais dinheiro. É alinhar expectativas, construir confiança e abrir um canal de diálogo transparente. E quando você está lidando com empresas internacionais, a forma como conduz essa conversa impacta diretamente a sua imagem profissional.
Por isso, além de saber como negociar salário, é importante fazer isso com postura, empatia e profissionalismo. Aqui vão algumas estratégias para te ajudar a criar um ambiente de negociação saudável e construtivo.
1. Comunicação clara e confiante
Quando for apresentar sua proposta ou contraproposta, vá direto ao ponto, mas sem pressa ou pressão. Use as informações que você pesquisou para justificar o valor que está pedindo, mostre seus diferenciais e fale com confiança.
Evite pedir desculpas por estar negociando. Isso não é falta de gratidão, é parte do processo. Dizer algo como “Estou baseando minha proposta no que tenho visto no mercado e no valor que posso entregar” mostra preparo e respeito.
Leia também: 5 dicas financeiras para Global Workers
2. Escuta ativa
A negociação não é um monólogo. Ouvir com atenção é tão importante quanto saber falar, e pode te ajudar a enxergar oportunidades que você nem tinha considerado.
Durante a conversa, preste atenção no que a empresa diz sobre o orçamento, as limitações, os benefícios e o que espera do cargo. Mostre interesse pelo lado deles. Faça perguntas do tipo: “Existe alguma flexibilidade nesse ponto?” ou “O que vocês costumam oferecer para esse nível de posição?”.
Essa escuta ativa abre espaço para trocas mais honestas e pode levar a soluções criativas, como bônus por metas, revisão salarial em poucos meses ou ajustes nos benefícios. Além disso, demonstra maturidade profissional. Empresas valorizam quem sabe negociar de forma construtiva, não quem impõe condições sem abrir diálogo.
3. Mantenha a calma e o profissionalismo
Nem toda negociação será fácil, e tudo bem. Pode ser que a empresa ofereça menos do que você esperava ou que a conversa fique travada em alguns pontos. Nessas horas, manter a calma faz toda a diferença.
Evite respostas impulsivas ou emocionais. Se a proposta vier abaixo do que você imaginava, agradeça, diga que vai analisar com calma e volte com uma contraproposta estruturada. Mostre que você está aberto ao diálogo, mas sabe o que quer.
Profissionalismo também significa ser pontual, responder com clareza e cumprir o que for combinado no processo. A forma como você negocia já diz muito sobre como será sua postura como colaborador.
No fim, negociar com respeito e equilíbrio fortalece sua imagem, mesmo que a proposta final não seja aceita por nenhum dos lados.
Leia também: Quais são as profissões mais bem pagas no exterior para trabalho remoto?
4. Saiba a hora de ceder (ou não)
Nem toda proposta será perfeita; e às vezes, para seguir em frente, é preciso abrir mão de algo. Mas isso não significa aceitar qualquer coisa. É aqui que entra um ponto decisivo: saber qual é o seu limite.
Antes mesmo da negociação começar, defina o que chamamos de “walk-away point” – o valor ou a condição mínima que faz sentido pra você, considerando seus objetivos profissionais, seu custo de vida e o valor que você entrega. Se a proposta ficar abaixo disso, talvez seja melhor recusar e seguir em busca de algo mais alinhado.
Por outro lado, se a proposta estiver dentro da faixa aceitável, mesmo que não seja ideal, avalie o contexto completo. Oportunidade de crescimento, benefícios, cultura da empresa e estabilidade também contam.
Negociar é tomar decisões conscientes. Saber quando ceder e quando dizer não é parte disso. E não se preocupe: às vezes, recusar uma proposta com respeito pode até deixar as portas abertas para uma futura reaproximação – em condições melhores.
Leia também: Como encontrar vagas de emprego no exterior?
Conquistando a remuneração que você merece no mercado global
Negociar salário no exterior pode parecer desafiador à primeira vista – outras moedas, outra cultura, um mercado novo. Mas com preparo, clareza e estratégia, você consegue defender seu valor e construir relações profissionais saudáveis e duradouras.
Neste guia, você compreendeu a importância de entender as diferenças entre contratações locais e remotas, como se preparar antes da negociação, quando e como apresentar sua pretensão salarial e o que considerar além do salário base. Também vimos como se comunicar de forma respeitosa, firme e aberta durante a conversa.
A verdade é que o profissional brasileiro tem muito potencial no mercado global. As empresas sabem disso, e cada vez mais valorizam quem chega com segurança, dados e atitude profissional. Você não precisa aceitar menos por trabalhar do Brasil. Pelo contrário: pode usar essa posição de forma inteligente e equilibrada para chegar num acordo que funcione para todos.
Então, confie no seu valor. Prepare-se. Negocie com respeito. E vá atrás da remuneração que você realmente merece.
E para receber seu pagamento em dólar com praticidade e confiança, a Nomad está ao seu lado com soluções pensadas para quem trabalha com o mundo.
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