Paris é uma cidade que vive no imaginário de todos: a cidade do amor, da luz, da arte e da gastronomia. Por trás dos cartões-postais famosos, existe uma metrópole que só se revela a quem caminha por suas ruas para entender sua geografia única. A melhor forma de começar essa exploração é desvendando os bairros de Paris, conhecidos oficialmente como arrondissements.
Cada arrondissement tem uma personalidade, um ritmo e uma história próprios. Passear por eles é como viajar por várias pequenas cidades dentro de uma só. De repente, você sai da agitação monumental dos arredores do Louvre e, poucos quarteirões depois, está em uma ruela de paralelepípedos cheia de livrarias antigas e cafés frequentados por estudantes. Compreender essa divisão é a chave para planejar uma viagem para Paris muito mais rica e autêntica.
O que são os arrondissements de Paris? Entendendo o mapa da cidade
Diferente da maioria das cidades, Paris tem uma organização administrativa muito peculiar. O município é dividido em 20 arrondissements, que funcionam como subprefeituras ou distritos numerados. Essa numeração não é aleatória: ela segue uma lógica que transforma o mapa da cidade em um guia claro e fácil de navegar
A espiral de Napoleão: como os bairros de Paris são organizados

A organização atual dos arrondissements de Paris data de 1860, durante o reinado de Napoleão III. A numeração começa no centro geográfico da cidade e se desenrola para fora em uma espiral no sentido horário, como a casca de um caracol (escargot, em francês, como os locais gostam de brincar).
O 1º arrondissement fica no coração da cidade, onde está o Museu do Louvre. A partir daí, a espiral segue para o leste, depois para o sul, oeste e norte, até chegar ao 20º arrondissement, na periferia leste.
Saber o número do arrondissement de um endereço já te dá uma excelente noção de onde ele fica na cidade. Por exemplo, números baixos (1 a 8) indicam uma localização central, enquanto números mais altos (acima de 12) apontam para áreas mais afastadas do epicentro turístico.
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Rive Droite (Margem Direita): Louvre, boemia e elegância
O rio Sena divide Paris em duas margens: a Rive Droite (Direita), ao norte, e a Rive Gauche (Esquerda), ao sul. Historicamente, a Rive Droite era o centro do comércio, do poder e da realeza. Hoje, ela concentra alguns dos museus mais notáveis, bairros históricos cheios de charme e a atmosfera boêmia que inspira artistas há séculos.
1º Arrondissement: o coração da realeza e da arte

O 1º arrondissement é o ponto de partida de tudo. É o epicentro geográfico, histórico e cultural de Paris. Caminhar por aqui é tropeçar em séculos de história a cada esquina. Foi o lar dos reis da França e hoje abriga um dos acervos de arte mais significativos do mundo.
O que fazer no 1º? (Museu do Louvre, Jardin des Tuileries)
A estrela principal é, sem dúvida, o Museu do Louvre. Reserve um dia inteiro (e ainda será pouco) para explorar seus corredores e se maravilhar com obras-primas como a Mona Lisa e a Vênus de Milo. Ao sair do museu, relaxe no Jardin des Tuileries, um jardim impecavelmente projetado que conecta o Louvre à Place de la Concorde.
A região também abriga o Palais Royal e a Sainte-Chapelle, uma capela gótica com vitrais deslumbrantes. Perto dali, na Île de la Cité, a imponente Catedral de Notre-Dame se reergue, mantendo seu lugar como um dos símbolos da cidade.
3º e 4º Arrondissements: o charme histórico do Le Marais

A leste do Louvre, abrangendo o 3º e o 4º arrondissements, fica o Le Marais. Este bairro é um dos mais fascinantes de Paris, onde a história aristocrática encontra a vanguarda cultural.
Suas ruas estreitas medievais abrigam palacetes do século XVII, que hoje foram transformados em museus, galerias de arte, butiques de designers locais e restaurantes da moda. O Marais também é o coração da comunidade judaica e LGBTQIA+ de Paris, o que o torna um bairro vibrante, diverso e acolhedor.
O que fazer no Marais? (Place des Vosges, museus e lojas)
O ponto central do bairro é a Place des Vosges, considerada por muitos a praça mais bonita de Paris. Com seus prédios de tijolos vermelhos e arcadas elegantes, é o lugar perfeito para um piquenique ou um café. Explore o Museu Picasso, dedicado ao mestre espanhol, e o Museu Carnavalet, que conta a história de Paris.
Perca-se nas ruas como a Rue des Rosiers, famosa por sua comida de rua judaica (não deixe de provar o falafel), e a Rue des Francs-Bourgeois, repleta de lojas de conceito.
18º Arrondissement: a alma boêmia de Montmartre

Subindo a colina na zona norte de Paris, chegamos a Montmartre. Este bairro no 18º arrondissement parece uma vila à parte. Com suas ruas de paralelepípedos, escadarias charmosas e uma atmosfera artística que remete ao final do século XIX, Montmartre foi o lar de artistas como Picasso, Van Gogh e Renoir.
O que fazer em Montmartre? (Sacré-Cœur, Place du Tertre)
No topo da colina, a Basílica de Sacré-Cœur se destaca com suas cúpulas brancas e oferece uma das vistas panorâmicas mais espetaculares da cidade. A poucos passos dali, a Place du Tertre fervilha com artistas de rua pintando retratos e caricaturas, mantendo viva a tradição boêmia do bairro.
Explore também o Museu de Montmartre para aprender sobre a história local e termine o dia assistindo a um espetáculo no icônico cabaré Moulin Rouge. Esta área oferece muitas opções de lazer gratuitas, como simplesmente passear e absorver a atmosfera.
Rive Gauche (Margem Esquerda): o polo intelectual e charmoso
A Margem Esquerda tem uma vibração completamente diferente. Historicamente, foi o centro da vida intelectual, acadêmica e artística. É uma área conhecida por suas universidades, seus cafés lendários onde filósofos e escritores se reuniam, suas livrarias e seus jardins exuberantes.
5º Arrondissement: o histórico Quartier Latin

O Quartier Latin é o bairro dos estudantes, lar da famosa Universidade Sorbonne. Seu nome deriva do latim, que era a língua falada nos meios acadêmicos durante a Idade Média. É um bairro vibrante, cheio de livrarias, cinemas de arte, bares e restaurantes com preços acessíveis.
O que fazer no Quartier Latin? (Sorbonne, Panthéon, livrarias)
Visite a imponente estrutura do Panthéon, onde grandes personalidades da história francesa, como Victor Hugo e Marie Curie, estão enterradas. Passeie pelos arredores da Sorbonne para sentir a energia universitária.
Não deixe de explorar a famosa livraria Shakespeare and Company, um paraíso para os amantes de literatura de língua inglesa.
6º Arrondissement: a elegância de Saint-Germain-des-Prés

Vizinho ao Quartier Latin, Saint-Germain-des-Prés exala elegância e sofisticação. Este bairro no 6º arrondissement foi o epicentro do movimento existencialista no pós-guerra, com Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir frequentando seus cafés. Hoje, é uma área repleta de galerias de arte, lojas de grife, antiquários e restaurantes renomados.
O que fazer em Saint-Germain? (Café de Flore, Jardim de Luxemburgo)
Sente-se para um café e observe o movimento no Café de Flore ou no Les Deux Magots, dois dos cafés mais icônicos de Paris. A principal atração do bairro é o magnífico Jardim de Luxemburgo, um parque perfeito para relaxar, com seu lago, fontes e cadeiras espalhadas para uso público.
A igreja que dá nome ao bairro, a Abadia de Saint-Germain-des-Prés, é uma das mais antigas da cidade. A escolha de onde ficar em Paris muitas vezes recai sobre este bairro, por seu charme e localização central.
7º Arrondissement: a imponência da Torre Eiffel

O 7º arrondissement é sinônimo do maior ícone de Paris. É um bairro nobre, com largas avenidas, edifícios majestosos e uma concentração de museus e monumentos de importância mundial.
O que fazer no 7º? (Torre Eiffel, Musée d'Orsay, Les Invalides)
Obviamente, a Torre Eiffel é a grande protagonista. Suba até o topo para uma vista inesquecível ou faça um piquenique no gramado do Champ de Mars.
O bairro também abriga o Musée d'Orsay, instalado em uma antiga estação de trem e famoso por sua coleção impressionista, e o Les Invalides, um complexo de edifícios que contém o Museu do Exército e o túmulo de Napoleão Bonaparte.
Para uma visão completa, há muito o que fazer em Paris nesta região monumental.
Dicas para explorar os bairros de Paris como um local
Quer aproveitar sua viagem ao máximo para desbravar os bairros de Paris? A melhor estratégia é combinar o transporte público com longas caminhadas.
Use o metrô para se locomover entre os arrondissements
O metrô de Paris é um dos mais antigos e eficientes do mundo. Com suas inúmeras linhas e estações, ele te leva a praticamente qualquer lugar da cidade de forma rápida e barata. É a melhor maneira de cobrir as distâncias entre bairros mais distantes, como ir de Montmartre ao Quartier Latin.
Perca-se a pé para descobrir os segredos de cada bairro
Ao chegar em um arrondissement, a dica é guardar o mapa e caminhar sem rumo. É a pé que você descobrirá as passagens secretas, as praças escondidas, as padarias de bairro e os detalhes que tornam Paris tão especial. Cada bairro é um convite à exploração.
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