Os setores que mais se beneficiam de cortes de juros nos EUA | Gráfico da Semana

Gráfico da Semana é uma série em que tratamos de um tema de relevância para o mercado global, com um breve comentário do nosso time de análise.

por

Paula Zogbi

Luca Girardi

3 min.

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Publicado em

16/9/2025

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Fonte: Factset. Data de consulta: 12/09/2025

O ciclo de afrouxamento monetário do Fed se aproxima. A próxima reunião do Fomc, o comitê de política monetária do Federal Reserve, deve marcar o primeiro corte na taxa de juros americana desde dezembro do ano passado, e o mercado projeta três cortes ainda em 2025. Como o mercado responde a isso? 

Genericamente, taxas de juros mais baixas estimulam maior apetite por risco e beneficiam o mercado de renda variável, por diminuírem o custo do crédito e a atratividade relativa da renda fixa. Mas a resposta não é uniforme em todos os segmentos. 

Para entender o gráfico desta semana, que mostra o desempenho médio de cada setor em relação ao S&P500 12 meses após os últimos 5 inícios de ciclos de cortes, vale lembrar que o contexto econômico atual é bem diferente dos períodos de corte recentes, como as crises de 2001-2003 e 2007-2008. Enquanto esses ciclos foram respostas a colapsos sistêmicos ou recessões, a movimentação de 2025 é vista como uma gestão proativa da política monetária, buscando um "pouso suave", já que a taxa de desemprego continua bem controlada, abaixo de 4,5%, e a inflação segue bem acima da meta — o que, em geral, adia cortes de juros. Este é um ambiente tende a impulsionar o apetite por risco e direcionar o capital para setores de crescimento, como tem ocorrido até então, com bolsas americanas renovando máximas e a janela de aberturas de capital (IPOs) reabrindo no país. 

Dentre os setores Tecnologia, Consumo Discricionário, e Imobiliário se beneficiam mais diretamente da queda do custo de capital e o custo dos empréstimos ao consumidor, injetando dinamismo na economia e valorizando empresas com fluxos de caixa futuros elevados. Por outro lado, setores tradicionalmente defensivos e de baixa rentabilidade, como Utilities e Serviços de Comunicação tem esse histórico de mostrar um desempenho inferior ao do índice em contextos de maior otimismo e busca por mais retornos. 

O setor Financeiro é bem particular nesse sentido. De um lado, as margens diminuem com juros mais baixos. do outro, é esperado um aumento do volume de crédito, ou seja, mais pessoas e empresas buscando mais empréstimos. Outra linha que pode se beneficiar é a de mercado de capitais, para os bancos que estão nesse segmento.

Paula Zogbi

Estrategista-chefe da Nomad, tem mais de 10 anos de experiência no mercado financeiro, foi head de conteúdo na XP, analista na Rico e jornalista na InfoMoney e EXAME. É graduada em jornalismo pela USP e tem certificação CNPI pela Apimec.

Luca Girardi

Cursa Economia no Ibmec-SP, com passagens de estágio em análise macroeconômica na Wagner Investimentos e em planejamento financeiro na Sugoi.

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