Tarifas dos EUA sobre o Brasil: outra perspectiva | Gráfico da Semana

Gráfico da Semana é uma série em que tratamos de um tema de relevância para o mercado global, com um breve comentário do nosso time de análise.

por

Luca Girardi

Paula Zogbi

3 min

-

Publicado em

1/8/2025

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Fontes: Trademap e White House. Data de consulta: 01/08/2025. Dados de 2024. * Em relação à sobretarifa de 40%. Produtos isentos continuam com a tarifa base de 10%.

Após a ameaça inicial, Trump oficializou a sobretarifa de 40% sobre os produtos brasileiros, totalizando 50% de alíquota total, com início em 07/08. Entretanto, o documento isenta 1293 produtos dessa sobretarifa, os quais representam 43,28% do total exportado em dólares para os EUA em 2024. Mas, afinal, quais setores foram mais beneficiados e quanto representam do total que os EUA importam? 

Quando analisamos as isenções, consideramos sempre o valor em dólares dos produtos exportados em 2024. Ou seja, 95% do setor isento não significa que 95% dos produtos daquele setor são isentos, mas que 95% do total em dólares exportado para os EUA de produtos daquele setor entra nesta regra, porque os principais produtos estão neste grupo. Um exemplo é o setor de minérios, em que 99,5% está isento, mas, na realidade apenas 2 tipos de minérios estão na lista: o de ferro e o de estanho (que é irrelevante nas exportações para os EUA).

Os setores mais beneficiados pelas isenções foram os de combustíveis fósseis, aeronaves comerciais e derivados de celulose, os quais tiveram 100% de isenção,  sendo quase a totalidade dos produtos isentos, independentemente do volume vendido. Além disso, minério de ferro e suco de laranja, representado pelos setores de minérios e de preparos de frutas, também são relevantes.

Do lado mais penalizado pelas tarifas, destacamos café, carnes, veículos e açúcar, sendo que o noticiário indica  a possibilidade de o café também entrar no grupo de isenções, o que ampliaria o total isento do Brasil para cerca de 47%. 

De maneira geral, as tarifas aplicadas sobre o Brasil não devem ter grandes impactos econômicos, mas a incerteza gerada pela possibilidade de retaliação e pela própria relação diplomática entre os dois países pode gerar mais volatilidade, reforçando a importância de manter um portfólio diversificado com ativos descorrelacionados e níveis variados de exposição a riscos específicos. 

Luca Girardi

Cursa Economia no Ibmec-SP, com passagens de estágio em análise macroeconômica na Wagner Investimentos e em planejamento financeiro na Sugoi.

Paula Zogbi

Estrategista-chefe da Nomad, tem mais de 10 anos de experiência no mercado financeiro, foi head de conteúdo na XP, analista na Rico e jornalista na InfoMoney e EXAME. É graduada em jornalismo pela USP e tem certificação CNPI pela Apimec.

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