Magnificent 7 nos Holofotes | Gráfico da Semana

Gráfico da Semana é uma série em que tratamos de um tema de relevância para o mercado global, com um breve comentário do nosso time de análise.

por

Nickolas Lobo

4 min

-

Publicado em

8/8/2025

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A atual temporada de resultados tem superado as expectativas, com a maioria das empresas do S&P 500 apresentando um crescimento de lucros maior do que o projetado. Com dois terços dos resultados já divulgados, 88% das companhias superaram as estimativas dos analistas. Isso resultou em um crescimento de 10,6% no EPS (Lucro por ação) do índice, quase o dobro dos 4,8% esperados.

As big techs continuam sendo o principal motor desse desempenho. As Magnificent 7 (Alphabet, Amazon, Meta, Apple, Microsoft, Nvidia e Tesla) foram responsáveis por mais de 80% da valorização do S&P 500 no ano, ainda que parte delas, especialmente Apple e Tesla, estejam passando por meses turbulentos, enfrentando desafios de competição e posicionamento em meio a um cenário macro incerto.

É importante notar que os resultados trimestrais não contam toda a história. O guidance — a projeção de crescimento de cada empresa para o futuro — pode pesar tanto quanto, ou mais, que os lucros atuais. Um bom exemplo foi a Amazon, que superou as estimativas de lucro em 26%, mas teve suas ações impactadas negativamente após uma revisão de lucro operacional fraca para o próximo trimestre.

A temporada de resultados ainda não terminou. Com um terço do índice ainda a ser reportado, o desempenho do S&P pode sofrer impactos positivos ou negativos.O destaque de maior relevância segue sendo Nvidia, que divulgará seus resultados em 27 de agosto. As expectativas são altas, especialmente com as hyperscalers (grandes provedores de serviços de cloud) sinalizando que os investimentos em infraestrutura de inteligência artificial (IA) continuam fortes.

Resumo dos Resultados das Magnificent 7

Microsoft

A Microsoft se consolidou como um refúgio seguro em tecnologia, com cloud (Azure) e a IA liderando o crescimento. O Azure cresceu 34%, demonstrando que a empresa está capitalizando na corrida pela IA. Os altos investimentos em infraestrutura mostram que a Microsoft não prevê uma desaceleração na demanda por serviços de IA, como o Copilot.

Alphabet (Google)

O Google mostrou a força de suas áreas de negócio tradicionais. O Google Cloud não só cresceu 32% como também aumentou sua margem de lucro, otimizando custos e se tornando mais competitivo. A receita de anúncios do Google Search e YouTube confirmou a dominância da empresa no mercado de Ads. A estratégia de IA do Google se concentra na integração do modelo Gemini em todos os seus produtos.

Meta

A Meta entregou um "trimestre dos sonhos" para os investidores, superando expectativas com um forte crescimento impulsionado por sua plataforma de Ads. O aumento de usuários ativos em suas plataformas (Facebook, Instagram, WhatsApp) também foi um ponto positivo. O principal ponto de debate, no entanto, é o enorme investimento de mais de US$ 17 bilhões em IA no trimestre, levantando questões sobre a sustentabilidade e o retorno a longo prazo.

Amazon

A Amazon teve um resultado misto. Por um lado, a receita cresceu 13% (e o lucro 26%), mostrando a resiliência do seu e-commerce. Por outro, a projeção fraca de lucro operacional para o próximo trimestre assustou o mercado. A principal preocupação é com a divisão AWS (cloud), que, apesar de crescer 17,5%, teve sua margem de lucro comprimida por conta dos massivos investimentos em data centers e chips de IA. O essencial para a Amazon será converter os investimentos em crescimento de forma eficiente, como seus concorrentes.

Apple

A Apple apresentou um desempenho consistente, com destaque para o iPhone, que demonstrou força em mercados emergentes como a China. O segmento de Serviços (App Store, iCloud) também teve crescimento robusto, diversificando as fontes de receita da empresa. No entanto, os riscos de tarifas e o cenário global de supply chain continuam sendo um alerta para os investidores, que monitoram como esses fatores podem impactar as margens de lucro.

Tesla

A Tesla enfrenta um cenário de desafios. Embora a receita tenha crescido 19%, a retirada da previsão de crescimento para o ano decepcionou o mercado. As margens de lucro continuam sob pressão devido ao aumento da concorrência e aos cortes de preços, com uma perda relevante de fatia de mercado para montadoras de veículos elétricos mais baratos, especialmente na Europa e na China. Ao mesmo tempo, a empresa segue investindo em IA e veículos autônomos. A grande questão é como a Tesla vai equilibrar esses investimentos ambiciosos com a necessidade de manter a lucratividade em um cenário macroeconômico desafiador.

Nickolas Lobo

Analista de Research da Nomad, com 5 anos de experiência no mercado financeiro, com passagem pela Spectra, Banco Modal e mais de 3 anos trabalhando em equities globais, principalmente no mercado americano, na RXZ Investimentos. É graduado em Economia pelo Insper

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