por
Bruno Shahini
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Publicado em
12/10/2025
Ao longo dessa semana, o dólar apresentou alta volatilidade resultando em uma valorização acentuada, saindo de cerca de R$ 5,33 em no fechamento da semana passada para aproximadamente R$ 5,518 na sexta (10 de outubro).Esse movimento refletiu maior aversão ao risco global, receio de uma possível deterioração fiscal doméstica e tensões externas entre EUA e China.
O dólar subiu fortemente hoje, com o real liderando as perdas entre emergentes, em meio a uma conjuntura adversa: deterioração fiscal no Brasil e tensões geopolíticas lá fora geraram fuga para ativos seguros. O anúncio de um “pacote de bondades” de R$ 100 bilhões para 2026 reforçou receios eleitorais e de aumento de gastos públicos. Globalmente, declarações de Trump sobre tarifas à China amplificaram o movimento de aversão ao risco.
Hoje o dólar avançou frente ao real, acompanhando o fortalecimento global da moeda americana (índice DXY). No Brasil, a rejeição de uma MP que propunha fontes alternativas de arrecadação ao IOF gerou incertezas fiscais. Embora o IPCA de setembro tenha vindo abaixo do esperado (0,48 %), o mercado segue crendo que a Selic permanecerá alta, mantendo diferencial de juros ainda favorável ao real.
O dólar teve leve recuo, refletindo um ambiente mais amistoso para moedas emergentes, impulsionado por maior apetite a risco global e valorização de commodities, como o petróleo. A ata do Fed de setembro trouxe poucas surpresas, reforçando cautela, e o mercado agora aguarda novas falas do Fed e indicadores de confiança.
O dólar valorizou-se hoje, acompanhando a força da moeda americana nas trocas internacionais e considerando incertezas políticas e fiscais nos EUA e no Brasil. O prolongamento do shutdown nos EUA, instabilidade política na França e possível expansão fiscal no Japão elevaram a procura por dólar. No Brasil, dúvidas sobre fontes de compensação orçamentária reforçaram percepção de risco, afetando ativos locais.
Nesta segunda-feira, o dólar recuou frente ao real, apoiado por fatores favoráveis: valorização de commodities e fortalecimento do discurso do Banco Central brasileiro, que reafirmou compromisso com metas de inflação e juros restritivos. Além disso, o diálogo entre Lula e Trump, sinalizando reaproximação diplomática, trouxe melhora no sentimento de mercado.
Bruno Shahini
Com 9 anos de experiência no mercado financeiro, atuou na Votorantim Asset e no Banco Daycoval, é economista formado no Insper e possui as certificações CFP® (Certified Financial Planner) e CGA (Gestão de Carteiras ANBIMA)