Radar Semanal Dólar: Volatilidade global, cautela de Powell e força do real com Selic

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por

Bruno Shahini

5 min

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Publicado em

12/5/2025

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A semana foi marcada por forte volatilidade no mercado de câmbio, com o dólar oscilando frente ao real sob influência de fatores externos e incertezas macroeconômicas. No início da semana, o otimismo com as negociações comerciais entre Estados Unidos e China ajudou a enfraquecer o dólar, mas o movimento foi revertido com a queda do petróleo e novas ameaças tarifárias de Trump, especialmente contra filmes importados. A ausência de informações concretas sobre o diálogo entre Trump e Xi Jinping, somada ao feriado em mercados importantes, contribuiu para um ambiente de liquidez reduzida e aumento das incertezas.

O foco dos investidores se voltou então para a política monetária. As declarações do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, após a decisão de manter os juros inalterados, reforçaram a expectativa de juros mais altos por mais tempo, o que fortaleceu o dólar no exterior. Powell ressaltou os riscos associados às tarifas e adotou um tom cauteloso, o que levou o mercado a adiar a previsão do primeiro corte de juros. Esse reposicionamento afetou as curvas de juros nos EUA e impulsionou o dólar frente a moedas emergentes, incluindo o real.



05/07/2025: Volatilidade no câmbio: petróleo em queda e incertezas sobre Trump e China agitam o dólar

Hoje, o mercado de câmbio foi marcado pela volatilidade. O dólar iniciou em queda ante o real, favorecido pela fraqueza global da moeda americana e pela expectativa otimista quanto ao avanço nas negociações comerciais entre EUA e China. No entanto, a moeda logo reverteu para alta, impulsionada pela forte queda no preço do petróleo, que caiu quase 3%, e por novas ameaças tarifárias feitas pelo presidente americano, Donald Trump, especialmente a tarifa de 100% sobre filmes importados.

A ausência de noticias a respeito das negociações de Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, ampliou as incertezas e pressionou o câmbio, que opera com liquidez reduzida devido aos feriados na China e Reino Unido.

Dados mistos sobre o setor de serviços dos EUA também pesaram no comportamento do dólar, com o ISM de serviços surpreendendo positivamente, enquanto o PMI de serviços apresentou recuo, mantendo os investidores cautelosos. A expectativa pelas decisões de juros desta semana, tanto do Copom quanto do Federal Reserve, limitou uma valorização mais significativa do real. O mercado permanece em compasso de espera pelas decisões dos bancos centrais e pela divulgação do IPCA nesta sexta-feira.

06/07/2025 - Powell sinaliza juros elevados por mais tempo e dólar dispara com ajuste nas treasuries

O dólar à vista acelerou sua alta, alcançando R$ 5,75, acompanhando o fortalecimento da moeda americana no exterior. O índice DXY atingiu o pico da sessão, refletindo as reações dos investidores à fala do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. Após a decisão de manter a taxa básica de juros entre 4,25% e 4,50%, Powell destacou as incertezas provocadas pelo aumento das tarifas de importação. Apesar disso, o presidente do Fed afirmou que, por ora, a política monetária está bem posicionada e que não há pressa para novas decisões. Essas declarações sugeriram um cenário de juros mais elevados por um período mais longo do que o inicialmente esperado, motivando que os agentes de mercado adiassem a perspectiva para o primeiro corte de junho para julho, conforme o CME Fedwatch. Isso provocou um ajuste nas treasuries de curto prazo e, paralelamente, resultou em ganhos adicionais do dólar contra moedas desenvolvidas e emergentes, pela maior atratividade do ativo livre de risco.

07/05/2025 - Mercado ajusta expectativas após fala de Powell e dólar mantém trajetória de valorização

O dólar à vista acelerou sua alta, alcançando R$ 5,75, acompanhando o fortalecimento da moeda americana no exterior. O índice DXY atingiu o pico da sessão, refletindo as reações dos investidores à fala do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. Após a decisão de manter a taxa básica de juros entre 4,25% e 4,50%, Powell destacou as incertezas provocadas pelo aumento das tarifas de importação. Apesar disso, o presidente do Fed afirmou que, por ora, a política monetária está bem posicionada e que não há pressa para novas decisões. Essas declarações sugeriram um cenário de juros mais elevados por um período mais longo do que o inicialmente esperado, motivando que os agentes de mercado adiassem a perspectiva para o primeiro corte de junho para julho, conforme o CME Fedwatch. Isso provocou um ajuste nas treasuries de curto prazo e, paralelamente, resultou em ganhos adicionais do dólar contra moedas desenvolvidas e emergentes, pela maior atratividade do ativo livre de risco.

08/05/2025 - Real se valoriza com diferencial de juros e alívio nas tensões comerciais entre EUA e Reino Unido

No cenário internacional, o anúncio de um acordo comercial entre Estados Unidos e Reino Unido reduziu a percepção de risco em torno de novas disputas tarifárias, enfraquecendo a busca por proteção via dólar. Paralelamente, o início das negociações entre autoridades americanas e chinesas, previsto para este sábado na Suíça, contribuiu para um ambiente de menor tensão geopolítica e favoreceu moedas de países emergentes.

Do lado doméstico, o aumento recente da Selic para 14,75% ao ano elevou a atratividade dos ativos locais. O fluxo de capitais se intensificou, com destaque para o mercado de renda fixa — especialmente os títulos prefixados — e para a bolsa, impulsionada por balanços corporativos positivos. A combinação entre juros reais elevados e resultados acima do esperado despertou o interesse de investidores estrangeiros.

A decisão do Federal Reserve de manter os juros inalterados, embora reforce a atratividade do dólar frente a outras moedas fortes, mostrou-se insuficiente para conter a valorização do real diante do diferencial de juros oferecido pelo Brasil. Além disso, a alta do petróleo no mercado internacional ajudou a impulsionar moedas de países exportadores de commodities, como o Brasil.

O movimento de hoje reflete a leitura de que, diante do alívio nas tensões externas e da sólida atratividade da renda fixa brasileira, há espaço para continuidade do ingresso de recursos, o que mantém o real sob valorização no curto prazo.

09/05/2025 Expectativas sobre negociações EUA-China e compromisso com inflação mantêm dólar estável

O dólar opera estável no mercado à vista, acompanhando o enfraquecimento global da moeda americana diante das expectativas em torno das negociações comerciais entre Estados Unidos e China, que terão início amanhã na Suíça. A tensão entre as duas potências ganhou novo capítulo com declarações firmes de Pequim contra as chamadas tarifas recíprocas impostas por Washington. Pelo lado positivo, presidente Donald Trump indicou possibilidade de reduzir tarifas atualmente em 145% para patamares entre 50% e 80%, o que foi interpretado pelo mercado como um gesto de flexibilização em meio ao impasse comercial.

No cenário doméstico, fatores internos contribuíram para sustentar o real. A fala do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reafirmando o compromisso do Banco Central com o controle da inflação, aliada à divulgação de um IPCA dentro do esperado, fortaleceu a perspectiva de manutenção da Selic em níveis elevados. A taxa, atualmente em 14,75% ao ano, continua oferecendo diferencial de juros favorável, sustentando o apetite pela renda fixa local.

Bruno Shahini

Com 9 anos de experiência no mercado financeiro, atuou na Votorantim Asset e no Banco Daycoval, é economista formado no Insper e possui as certificações CFP® (Certified Financial Planner) e CGA (Gestão de Carteiras ANBIMA)

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