por
Time Nomad
Caio Fasanella
12 min.
-
Publicado em
9/10/2025
Para quem investe, o sobe e desce do mercado já é parte do jogo. Mas para entender o que realmente move os preços das ações, o valor dos títulos e as decisões dos grandes bancos centrais, é preciso ir além do óbvio e mergulhar nos dados que realmente movem o cenário macroeconômico. E um dos mais importantes é, sem dúvida, o CPI dos EUA.
O CPI, ou Consumer Price Index, é o principal termômetro da inflação americana. Seus resultados mensais são aguardados com enorme expectativa por investidores, analistas e governos do mundo todo. Entender o que é o CPI e como ele funciona é um passo crucial para quem quer construir seu patrimônio no mercado global.
Neste artigo, vamos direto ao ponto e desvendar o que realmente importa sobre o CPI dos EUA: como ele mexe com a economia e, mais importante, com o seu bolso.
O CPI é a sigla para Consumer Price Index, que em português significa Índice de Preços ao Consumidor. Ele é um dos principais indicadores econômicos dos Estados Unidos, calculado e divulgado mensalmente pelo Bureau of Labor Statistics (BLS).
De forma simples, o CPI mede a variação média dos preços que os consumidores urbanos pagam por uma cesta de bens e serviços. Em outras palavras, ele rastreia o custo de vida.
Quando o CPI sobe, significa que os preços estão aumentando, o que caracteriza um cenário de inflação. Se ele cai, os preços estão em queda, um fenômeno mais raro chamado de deflação.
Ele funciona de maneira semelhante ao IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) no Brasil, que também mede a inflação oficial do país com base em uma cesta de consumo típica das famílias brasileiras.
Para calcular o CPI, o BLS coleta mensalmente cerca de 80 mil preços de uma vasta gama de produtos e serviços em diversas cidades americanas. Esses dados são coletados em estabelecimentos comerciais e também diretamente com os consumidores.
A variação percentual desses preços, de um mês para o outro ou em comparação com o mesmo mês do ano anterior, resulta no número final do CPI. Esse dado mostra, de forma clara, se o poder de compra da população está aumentando ou diminuindo.
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A "cesta de consumo" que serve de base para o cálculo do CPI é projetada para representar os gastos do dia a dia da população.
Essa cesta é dividida em oito grandes grupos, cada um com um peso diferente no cálculo final:
Além do CPI "cheio", os analistas dão muita atenção ao Core CPI (Núcleo do CPI). Essa versão do índice exclui os preços de alimentos e energia, que são considerados os componentes mais voláteis.
O Core CPI é visto como um indicador mais estável da tendência inflacionária de longo prazo, pois não sofre o impacto de flutuações sazonais ou de choques geopolíticos que afetam, por exemplo, o preço do petróleo.
Analisando os últimos 15 anos, o comportamento do CPI nos EUA passou por fases distintas. Após a crise financeira de 2008, a inflação permaneceu em níveis baixos e controlados por mais de uma década.
No entanto, a partir de 2021, com a retomada econômica pós-pandemia, os gargalos nas cadeias de suprimentos globais e os pacotes de estímulo do governo, a inflação atingiu os maiores patamares em 40 anos. Esse cenário forçou o banco central americano a agir de forma enérgica para controlar a escalada de preços.
O CPI é mais do que um dado estatístico; ele é uma peça-chave que influencia as decisões de política monetária e, consequentemente, o desempenho de todo o mercado financeiro.
O principal mandato do FED (Federal Reserve), o banco central dos EUA, é manter a estabilidade de preços e o máximo emprego. A meta de inflação do Fed é de 2% ao ano.
Quando o CPI fica consistentemente acima dessa meta, o FED tende a aumentar as taxas de juros para "esfriar" a economia, tornando o crédito mais caro e desestimulando o consumo e o investimento. Por outro lado, se a inflação está muito baixa, o Fed pode cortar os juros para estimular a atividade econômica.
As decisões sobre juros são tomadas nas reuniões do FOMC (Comitê Federal de Mercado Aberto), que acontecem a cada seis semanas e são momentos de grande volatilidade, especialmente em dias de Super Quarta.
As decisões do Fed, guiadas pelo CPI, criam ondas por todo o mercado financeiro:
Por isso, acompanhar o CPI é fundamental para entender a direção dos mercados e tomar decisões de investimento mais informadas, alinhadas com os índices financeiros mais relevantes.
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A inflação corrói o poder de compra do seu dinheiro. Por isso, é indispensável que seus investimentos tenham um retorno real, ou seja, um rendimento acima da inflação. Existem algumas estratégias que os investidores podem considerar para se protegerem, como:
Estar por dentro de indicadores como o CPI é mais do que apenas acompanhar notícias; é ter o controle da sua vida financeira global. Com a informação certa, você está mais preparado para tomar decisões inteligentes e conquistar seus objetivos.
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Um time de produtores de conteúdo que são completamente baseados em dados e análises fundamentadas. Nossos conteúdos são norteados pela experiência do mercado financeiro da Nomad.
Caio Fasanella
Diretor Executivo e Head de Investimentos da Nomad. Profissional com mais de 15 anos de experiência no mercado de investimentos. Iniciou a carreira na área de investment banking, assessorando empresas em processos de M&A, captação de recursos (IPOs, FOs e dívidas) e reestruturações, pelo bancos americanos Bank of America e Moelis. Em 2019 fundou a Balko, plataforma de ativos alternativos focada no varejo alta renda. No final de 2021 se juntou a Nomad para liderar a área de investimentos.