O que é melhor: CDB ou Tesouro Direto? Confira qual investimento é o melhor para você

Por:
Celso Filho
14/5/2024
|
Atualizado em
19/1/2024
15 min de leitura

Está começando no universo dos investimentos, mas tem dúvidas sobre CDB ou Tesouro Direto? Ambas opções são ótimas escolhas para quem deseja investir em renda fixa, mas com particularidades que devem ser levadas em consideração no momento da escolha.

A boa notícia é que ambas opções são extremamente seguras e entregam bons rendimentos. Com a taxa Selic subindo e chegando a 13,75% em agosto de 2022, a busca pelos dois cresceu bastante nos últimos anos, principalmente pela entrega de rentabilidade maior que a poupança.

Além disso, o Tesouro Direto tem a garantia de pagamento do próprio Tesouro Nacional e o CDB conta com a mesma segurança da poupança, o FGC (Fundo Garantidor de Crédito), que protege o investidor em caso de falência ou liquidação do emissor dos títulos.

Neste texto, você irá aprender tudo sobre os dois investimentos, suas principais vantagens, desvantagens e qual investimento se encaixa melhor nos seus objetivos.

O que é CDB?

O CDB (Certificado de Depósito Bancário) é um título de investimento de renda fixa emitido por bancos para financiar suas operações. Na prática, ao comprar um título de CDB, você está “emprestando” dinheiro para o banco, que devolve com juros após o prazo combinado.

Os fundos adquiridos por meio desta operação são utilizados para cobrir despesas ou expandir a atividade do banco, que vão desde os bancos tradicionais até os menores, como as fintechs.

A rentabilidade do CDB varia de acordo com o tipo de título escolhido. Atualmente, existem três títulos de CDBs disponíveis no mercado:

  • Pré Fixado: O CDB Prefixado tem a taxa de juros já acordada no momento da compra, sem ser afetado por variações na inflação ou da Taxa Selic, por exemplo;
  • Pós-fixado: É um título com remuneração atrelada a algum indicador de mercado, como CDI ou IPCA;
  • Híbrido: Os CDBs híbridos combinam dois tipos de remuneração, uma parte prefixada e outra pós-fixada, oferecendo rendimentos maiores.

Com o aumento da Taxa Selic, o CDB se tornou um dos investimentos de renda fixa mais lucrativos do momento. Um CDB que paga 100% do CDI (ou DI), por exemplo, está rendendo aproximadamente 13,65% ao ano.

Vale ressaltar que o lucro obtido com investimentos do CDB sofrem dedução de Imposto de Renda, seguindo uma tabela regressiva que varia de 22,5% a 15%, e também desconto de IOF para investimentos resgatados antes dos 30 dias.

O que é Tesouro Direto?

O Tesouro Direto é uma iniciativa do governo federal, lançada em 2002, para emissão de títulos públicos, com objetivo de ajudar a financiar setores como infraestrutura, educação, saúde, entre outros. Funciona de forma similar ao CDB, sendo que neste caso, o emissor é a própria União.

Neste contexto, o investidor está emprestando dinheiro ao governo, que em troca, oferece uma compensação financeira de acordo com o tipo de título adquirido.

Assim como o CDB, também é uma opção extremamente segura, porém neste caso o garantidor é o próprio governo federal por meio do Tesouro Nacional. 

O Tesouro Direto também atende diversos tipos de investidores, desde os conservadores até os mais arrojados, que procuram diversificar seu portfólio.

Atualmente, existem quatro tipos de títulos do Tesouro Direto, com diferentes prazos de validade, que são:

  • Prefixados: São aqueles que têm a taxa de juros fixa, ou seja, que você já conhece no momento do investimento, sabendo o valor que receberá ao final da aplicação;
  • Tesouro Selic: Títulos pós-fixados com rentabilidade atrelada à taxa básica de juros da economia, a Selic. Considerado o investimento ideal para quem deseja começar a investir em Tesouro Direto;
  • Tesouro IPCA: Rentabilidade atrelada à inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. Para tornar o produto mais atrativo, também oferece uma taxa pré-fixada para completar a rentabilidade.
  • Tesouro Renda+: Título com rentabilidade também atrelada à inflação feito para quem deseja uma aposentadoria complementar. No Renda+, você poderá resgatar seu investimento em 240 parcelas, recebendo um valor mensal durante 20 anos;

A compra de títulos do Tesouro Direto é realizada através de uma plataforma própria, sendo intermediada por alguns bancos e corretoras. Todos os títulos são operados pela B3, a bolsa de valores do Brasil.

O que rende mais: CDB ou Tesouro Direto?

Atualmente, a grande maioria dos CDBs pagam 100% ou mais da taxa CDI e o Tesouro Direito possui rendimentos semelhantes.

Para termos de comparação da evolução, veja a simulação de quanto um investimento de R$ 10.000 renderia em diferentes títulos do Tesouro Direto no dia 25/05/2023 e alguns CDB hipotéticos.

Tesouro Direto

Título Rentabilidade Prazo Resultado estimado
Tesouro Prefixado 11,00% a.a 01/01/2029 R$ 16.976,99
Tesouro Selic Selic + 0,1923% a.a 01/03/2029 R$ 16.124,74
Tesouro IPCA+ IPCA + 5,46% a.a 15/05/2029 R$ 16.226,62

CDB

Título Rentabilidade Prazo Resultado estimado
CDB Prefixado 13,3% a.a 01/01/2029 R$ 18.577,28
CDB Pós-fixado 115% do CDI 01/03/2029 R$ 17.215,11
CDB Híbrido IPCA + 7,3% a.a 15/05/2029 R$ 17.989,36

Analisando rapidamente estes exemplos, o CDB pode surgir com uma opção mais interessante, por oferecer maior rentabilidade em menos tempo, porém não é o momento de bater o martelo.

Há outras informações essenciais que você precisa saber antes de optar pelo CDB ou Tesouro Direto.

Riscos e benefícios do CDB e do Tesouro Direto

Ambas opções são extremamente seguras, como já reforçado aqui. Porém, ao comparar CDB e Tesouro Direto, é importante entender as características de cada um e como cada investimento se encaixa nos seus objetivos financeiros.

Conheça os riscos e benefícios das duas opções de investimentos, cuja análise irá te ajudar na escolha final entre CDB ou Tesouro Direto.

Ambas opções são extremamente seguras

As duas opções são aplicações de Renda Fixa, ideal para quem está começando a investir agora e ainda não deseja explorar ativos mais arriscados, como fundos de investimentos e ações.

O CDB é protegido pelo Fundo Garantidor de Créditos, o mesmo da poupança, que oferece cobertura de até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ por quatro anos. Ou seja, se o banco emissor do CDB entrar com processo de falência, você recebe o valor investido mais os juros que renderam até o momento.

Já o Tesouro Direto é garantido pelo Tesouro Nacional, um órgão da União. Assim, seu investimento só estará em risco se o próprio estado brasileiro falir, uma tarefa quase impossível. Mas se ainda algum dia isso acontecer, o governo pode emitir papel moeda como medida de emergência para honrar suas dívidas.

A principal diferença é na liquidez

Quando vamos investir em qualquer título, é muito importante entender a liquidez, que é o período exigido para realizar o resgate do investimento. 

Existem CDBs com liquidez diária, ou seja, que podem ser resgatados a qualquer momento, porém estes possuem uma rentabilidade menor, normalmente próxima a 100% do CDI.

A grande maioria exige um período de carência maior e o resgate não poderá ser feito de forma alguma até o vencimento do título. Já no Tesouro Direto, seus títulos podem ser resgatados de forma antecipada, já que o Governo garante a compra diariamente.

Porém, ao resgatar seu investimento antes do prazo, você pode ter que abrir mão de parte  da rentabilidade do seu título, podendo até ter prejuízo. Por isso, antes de escolher qualquer uma das opções, faça um planejamento cuidadoso para evitar resgates excessivos.

Tributações e custos

Tanto o CDB quanto o Tesouro Direto possuem custos e tributos pagos em cima da rentabilidade.

No Tesouro Direto, você precisará pagar a taxa de custódia da B3, que é de 0.20% ao ano, cobrado semestralmente. Já o CDB pode ter uma taxa de administração, que varia de instituição para instituição.

Em ambos os casos, é cobrado o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), que é zerado após 30 dias. Assim, você só irá pagar IOF se realizar o resgate antes deste prazo.

E também há a alíquota do Imposto de Renda, que segue uma tabela regressiva.

  • Até 180 dias - 22,5%
  • De 181 e 360 dias - 20%
  • De 361 a 720 dias - 17,5%
  • Acima de 720 dias - 15%

Investimento mínimo

O que pode pesar na sua escolha é o investimento mínimo do CDB e Tesouro Direto.

O Tesouro Direto possui valores iniciais mais acessíveis, com investimento mínimo de R$ 30. Já o CDB costuma ter valores maiores, acima de R$ 1.000. Porém, muitos bancos oferecem investimentos iniciais de R$ 100, com liquidez diária.

Volatilidade

Seja qual for sua escolha, é preciso sempre levar em consideração sua tolerância a riscos e respeitar seu perfil de investidor. Se você for um investidor avesso a qualquer perda, a opção mais segura são os títulos pós-fixados.

Títulos com taxas prefixadas ou híbridas podem ficar defasadas a depender do nosso momento econômico e de políticas do Banco Central, sendo opções ligeiramente mais arriscadas, porém mais lucrativas.

O que é melhor: CDB ou Tesouro Direto?

A resposta final irá depender do seu perfil como investidor e seus objetivos de curto, médio e longo prazo. Quando se trata de escolher entre CDB ou Tesouro Direto, não há um investimento que seja claramente superior ao outro.

O CDB pode ser mais atraente em questão de rentabilidade, indicado para quem deseja investir em títulos de curto e médio prazo, e o Tesouro Direto sendo uma boa opção para investidores que desejam resgates de médio e longo prazo, até mesmo pensando em aposentadoria. 

Porém, você pode sim investir nas duas opções ao mesmo tempo como uma estratégia de diversificação do seu portfólio, uma das melhores maneiras de proteger seu dinheiro de flutuações econômicas.

Por isso, procure fazer simulações e conhecer os diferentes títulos disponíveis no mercado e estabeleça uma estratégia financeira sólida, levando em consideração o que é melhor para alcançar seus sonhos.

Ao avaliar cuidadosamente esses aspectos e considerar suas metas financeiras pessoais, você estará melhor preparado para fazer uma escolha informada entre o CDB e o Tesouro Direto, garantindo que esteja caminhando na direção certa para alcançar o futuro desejado. 

Sempre que preciso e possível, procure orientação financeira profissional, que irá te ajudar ainda mais a fazer as escolhas certas.

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