por
Bruno Shahini
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Publicado em
10/8/2025
No acumulado da semana, o dólar caiu cerca de 2%, passando de R$ 5,507 na segunda-feira para o fechamento em R$ 5,434 na sexta-feira.
O movimento foi influenciado pela fraqueza global da moeda americana diante da expectativa de cortes de juros nos EUA a partir de setembro, após dados mais fracos do mercado de trabalho, e pelo apetite por risco impulsionado pela alta de commodities como o minério de ferro.
Por outro lado, as incertezas relacionadas às tarifas impostas pelos EUA ao Brasil e aos sinais mistos sobre o ritmo de afrouxamento monetário do Federal Reserve limitaram a queda da divisa. O real seguiu beneficiado pelo diferencial de juros e pelo fluxo estrangeiro, mas a cautela prevaleceu diante do cenário geopolítico e comercial.
O dólar encaminha para fechamento da sessão desta terça-feira próximo a estabilidade, após uma manhã de volatilidade moderada e baixo volume de negócios, O comportamento da divisa hoje é influenciado mais por ajustes técnicos diante da queda acumulada superior a 3% no mês.
O movimento refletiu fatores mistos: de um lado, a pressão negativa vinda da queda do minério de ferro, instabilidade do preço do petróleo e incertezas nas negociações sobre o tarifaço de até 50% imposto pelos EUA a produtos brasileiros; de outro, a fraqueza global da moeda americana diante das apostas quase consensuais de corte de juros pelo Federal Reserve em setembro, favorecendo o real e outros pares emergentes. O ambiente político no Congresso e as tratativas a respeito da pauta comercial mantêm o câmbio sensível inteiramente. No entanto, fatores como diferencial elevado de juros e o cenário externo mais favorável seguem dando suporte à moeda brasileira. Ainda assim, seguem as preocupações com os impactos econômicos do tarifaço limitem ganhos mais direcionais.
O dólar operou com oscilações limitadas e sem direção clara no mercado à vista, refletindo um cenário de baixa liquidez e poucos indicadores econômicos. A moeda sofreu pressão inicial diante da valorização de moedas emergentes e dados positivos da balança comercial chinesa, além de expectativas por cortes de juros nos EUA em setembro. Posteriormente, avançou levemente após declarações mais cautelosas de membros do Federal Reserve sobre o ritmo dos cortes, aumentando a incerteza. As tarifas comerciais americanas seguem no radar dos investidores, que acompanham negociações e possíveis impactos nas exportações brasileiras.
O dólar operara em queda na sessão de hoje, refletindo a melhora no apetite por risco no cenário global e a fraqueza generalizada da moeda americana medido pelo índice DXY que caí 0.5% no dia e se aproxima do patamar de 98 pontos. Mesmo com a entrada em vigor das tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, o mercado de câmbio local vem absorvendo relativamente bem o impacto inicial. No cenário externo, com as expectativas renovadas de uma recprecificação nos cortes de juros pelo Federal Reserve, vem fortalecendo outra moedas diante do dólar, em especial o real.
No entanto, ainda persistem fatores de risco domésticos relevantes, como a ausência de diálogo direto entre os presidentes do Brasil e dos Estados Unidos e divergências internas sobre possíveis concessões nos acordos comerciais. Esses elementos mantêm o cenário de cautela no câmbio, apesar da momentânea valorização do real.
O dólar apresentou baixa oscilação no pregão de hoje, mantendo-se próximo ao patamar técnico de R$ 5,50 em um pregão marcado por baixa liquidez. A moeda alternou entre ganhos e perdas ao longo do dia, influenciada pela combinação de fatores externos e internos: no exterior, indicadores mistos e declarações de autoridades do Federal Reserve reforçaram expectativas de corte de juros em setembro, enquanto, no cenário doméstico, a ata do Copom reafirmou a manutenção da Selic em nível elevado por período prolongado. A ausência de novas declarações de Donald Trump sobre o Brasil, após episódios políticos de alta repercussão, trouxe alívio momentâneo, mas as incertezas em torno da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, que entra em vigor nesta quarta-feira, continuam no radar dos investidores.
O dólar mantém trajetória de queda, rondando a marca de R$ 5,50, em meio à fraqueza global da moeda americana e ao fortalecimento do real. O movimento de hoje é sustentado pelo maior apetite por risco no exterior, pela valorização do minério de ferro e pelas expectativas de que o Federal Reserve possa iniciar um ciclo de cortes de juros já em setembro, após dados de emprego mais fracos divulgados na sexta-feira passada. Esse fatores vem sustentando alguma recuperação da moeda brasileira, embora a indefinição sobre o diálogo entre os presidentes do Brasil e dos Estados Unidos para tratar das tarifas de 50% ainda limite ganhos adicionais. Por fim, a perspectiva de manutenção da Selic em patamar elevado completa o quadro de fatores que influenciam o câmbio no pregão de hoje.
Bruno Shahini
Com 9 anos de experiência no mercado financeiro, atuou na Votorantim Asset e no Banco Daycoval, é economista formado no Insper e possui as certificações CFP® (Certified Financial Planner) e CGA (Gestão de Carteiras ANBIMA)