O que é a CBOT: Guia definitivo da Bolsa Comércio de Chicago (commodities e futuros)

Entenda o que é a CBOT (Chicago Board of Trade), sua importância para o mercado de commodities agrícolas e como ela funciona hoje.

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Time Nomad

15 min.

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Publicado em

29/10/2025

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Você já deve ter ouvido no noticiário financeiro ou no jornal do agronegócio uma frase como: "a cotação da soja subiu na Bolsa de Chicago" ou "o milho fechou em queda na CBOT". E talvez você tenha se perguntado: por que Chicago? Por que uma cidade no meio-oeste dos Estados Unidos define o preço de produtos que saem do mundo inteiro, inclusive do Brasil?

A resposta para essa pergunta está em uma das instituições financeiras mais antigas e importantes do planeta: a CBOT (Chicago Board of Trade). Ela é o centro global para a negociação de commodities, especialmente as agrícolas. O que acontece lá afeta o preço do pão no seu café da manhã e o desempenho de uma grande parte da economia brasileira.

Este guia vai desmistificar a sigla CBOT, como funciona a Bolsa de Comércio de Chicago e por que ela é tão vital para a economia global e para os seus investimentos.

O que significa a sigla CBOT? (Chicago Board of Trade)

Vamos começar pelo básico. CBOT é o acrônimo para Chicago Board of Trade. Em português, significa "Conselho de Comércio de Chicago" ou, como é mais conhecida, a Bolsa de Comércio de Chicago.

Uma breve história: A CBOT foi fundada em 1848 por um grupo de 82 comerciantes de grãos. Naquela época, Chicago já era um hub logístico vital, recebendo a produção agrícola do vasto meio-oeste americano.

No entanto, o comércio era caótico. Os fazendeiros chegavam à cidade com seus produtos sem garantia de preço ou de comprador. Os preços flutuavam descontroladamente dependendo da oferta e da demanda do dia, gerando enormes prejuízos e incertezas.

A CBOT foi criada para resolver esse problema. Sua primeira grande inovação foi padronizar o comércio. Ela criou contratos que especificavam a qualidade, a quantidade e o prazo de entrega dos grãos. Em 1865, ela formalizou esses acordos, criando os primeiros contratos futuros padronizados do mundo.

Contexto atual (CME Group): Embora o nome CBOT continue sendo uma marca icônica, desde 2007 a Chicago Board of Trade se fundiu com sua antiga rival, a CME (Chicago Mercantile Exchange).

Hoje, ambas fazem parte de um gigantesco conglomerado chamado CME Group. O CME Group é dono de várias bolsas, incluindo a CBOT, a CME, a NYMEX (Bolsa Mercantil de Nova York) e a COMEX. Juntas, elas formam uma das maiores bolsas de valores e mercados de derivativos do planeta.

Portanto, quando você ouve "Bolsa de Chicago" hoje, está se referindo à atividade que acontece nos mercados designados pela CBOT, agora sob a administração do CME Group.

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Como funciona a Bolsa de Comércio de Chicago?

A primeira coisa a entender é que a CBOT funciona de maneira muito diferente de uma bolsa de valores tradicional.

O foco em Derivativos: Contratos Futuros e Opções

Quando você pensa na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), você pensa em comprar e vender ações (stocks), que são pequenas participações na propriedade de uma empresa (como Apple ou Coca-Cola).

Na CBOT, o produto principal é outro: os derivativos. Um derivativo é um instrumento financeiro cujo valor deriva de um ativo subjacente (como milho, petróleo ou taxas de juros). Os derivativos mais famosos e negociados na CBOT são os contratos futuros e as opções.

O que são contratos futuros?

Este é o coração pulsante da CBOT. Um contrato futuro é um acordo legal para comprar ou vender um ativo específico, por um preço pré-determinado, em uma data futura específica.

Vamos usar um exemplo simples:

  • O Vendedor (Hedge): Um fazendeiro no Brasil vai colher sua soja daqui a 6 meses. Ele está preocupado que o preço da soja caia até lá. Ele pode, hoje, vender um contrato futuro de soja na CBOT, "travando" um preço de venda que ele considera bom (ex: US$ 13 por saca). Se o preço cair para US$ 10, ele está protegido.
  • O Comprador (Hedge): Uma grande indústria de alimentos precisa comprar soja daqui a 6 meses. Ela está preocupada que o preço suba. Ela pode comprar um contrato futuro hoje, garantindo o preço de US$ 13. Se o preço disparar para US$ 15, ela está protegida.

Essa operação de proteção é chamada de hedge.

Além dos produtores e indústrias (os hedgers), existem os especuladores. São traders que compram e vendem esses contratos futuros para lucrar com as variações de preço, sem nunca ter a intenção de produzir ou receber a soja. Os especuladores são essenciais, pois fornecem a liquidez (o volume de negociação) necessária para que os hedgers consigam se proteger.

Do "pregão viva-voz" ao mercado eletrônico (Globex)

Por décadas, a imagem da CBOT era a dos famosos trading pits (os "fossos" de negociação). Eram arenas octogonais onde centenas de operadores, vestindo jaquetas coloridas, gritavam e gesticulavam freneticamente para comprar e vender contratos.

Esse método, chamado de pregão viva-voz (open outcry), era um espetáculo de caos organizado e foi o símbolo do mercado financeiro por mais de um século.

Hoje, essa cena praticamente desapareceu. Embora alguns pits de negociação de opções ainda existam, a vasta maioria das negociações foi substituída pela velocidade e eficiência do mercado eletrônico. Quase todas as operações da CBOT hoje ocorrem na plataforma CME Globex, um sistema de negociação eletrônica global que funciona quase 24 horas por dia, 6 dias por semana.

O que é negociado na CBOT?

Embora tenha nascido do milho, a Bolsa Comércio de Chicago hoje negocia uma gama muito diversificada de produtos.

O celeiro do mundo: Commodities agrícolas

Este ainda é o carro-chefe da CBOT e sua identidade principal. Ela é o mercado de referência global para as principais commodities agrícolas. Os produtos mais negociados são:

  • Milho (Corn)
  • Soja (Soybeans)
  • Trigo (Wheat)
  • Derivados de Soja (Óleo e Farelo)
  • Aveia (Oats)
  • Arroz (Rough Rice)

O preço do agronegócio brasileiro é diretamente referenciado por essas cotações. Quando a soja sobe em Chicago, os produtores brasileiros ganham mais, e vice-versa.

Outros mercados (Juros e Índices)

Como parte do poderoso CME Group, a CBOT também é um mercado vital para derivativos financeiros. Isso inclui contratos futuros sobre:

  • Taxas de Juros: Contratos baseados nos títulos do Tesouro dos EUA (como T-Bonds e T-Notes), que são usados por grandes fundos para se protegerem contra mudanças nas taxas de juros.
  • Índices de Ações: Contratos futuros sobre o índice Dow Jones, permitindo que investidores apostem na alta ou na queda do mercado de ações.

Por que a CBOT é importante para o investidor?

A CBOT (Chicago Board of Trade) evoluiu de um simples mercado de grãos no século XIX para se tornar uma das engrenagens mais essenciais do sistema financeiro global, agora dentro do CME Group.

Mas por que você, como investidor individual, deve se importar com o que acontece lá?

Mesmo que você nunca opere um contrato futuro de milho, os preços definidos em Chicago têm um impacto direto e real na sua vida e nos seus investimentos.

  1. Inflação: O preço das commodities agrícolas afeta diretamente o custo dos alimentos no supermercado, tanto nos EUA quanto no Brasil.
  2. Economia Real: A CBOT é um termômetro da economia global. Seus preços refletem a oferta e a demanda mundiais, secas, guerras e mudanças nos padrões de consumo.
  3. Mercado de Ações: O desempenho do setor de agronegócio na B3 ou em qualquer Bolsa de Valores tradicional está intimamente ligado aos preços das commodities definidos em Chicago.

Entender o que é a CBOT é entender um dos principais fatores na definição de preços para uma das fatias mais importantes da economia mundial.

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