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Time Nomad
5min.
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Publicado em
31/10/2025
Asset allocation: Por que ele supera a seleção individual de ativos?
No mundo dos investimentos, é um erro comum concentrar muita energia na busca pela próxima ação de alta valorização ou na tentativa de acertar o timing perfeito do mercado. A verdade, no entanto, é que o principal fator do sucesso de um portfólio de longo prazo não está na seleção de ativos isolados, mas sim na Alocação Estratégica de Ativos ou Asset Allocation, como é chamado no termo em inglês.
O asset allocation define o equilíbrio entre classes de ativos, como ações, títulos de renda fixa, ativos internacionais, commodities como ouro e prata, por exemplo, e molda o perfil de risco e retorno esperado da sua carteira.
É neste contexto que a diversificação e a dolarização surgem como ferramentas indispensáveis para construir um patrimônio sólido e resiliente.
Primeiro vem as classes de ativos
O Asset Allocation é a decisão macro: como o seu capital será dividido entre as diferentes classes de investimento, sempre alinhado ao seu perfil e objetivos.
Um estudo de Brinson, Hood e Beebower (1986), demonstrou de forma categórica: o asset allocation é responsável por mais de 90% da variação dos retornos de longo prazo de grandes fundos. A seleção de ativos e a tentativa de escolher o momento para alocação (market timing) são secundárias e representam menos de 10% das contribuições de retorno.

Considerando então os pontos mencionados acima, a prioridade na construção de uma carteira deveria ser primordialmente o desenho macro da alocação, ou seja, definir as proporções de cada classe de ativo em seu portfólio.
Diversificação: O Pilar do Controle de Risco
A diversificação está intrinsecamente ligada à alocação de ativos e é um dos princípios mais robustos das finanças modernas. Seu objetivo é reduzir o risco não sistemático, ou seja, o risco específico de estar concentrado em uma ação ou setor específico.
Ao distribuir seus recursos em diferentes ativos, setores e até mesmo regiões geográficas, você torna seu portfólio menos vulnerável a oscilações de curto prazo e muito mais equilibrado e robusto para buscar retornos de longo prazo.
O popular “quilt chart”, que mostra a alternância constante de performance entre as classes de ativos a cada ano, é a prova visual disso. Perceba que a classe de maior valorização em um ano dificilmente também será a vencedora nos anos seguintes de forma recorrente. Essa troca entre posições demonstra o quanto é ineficaz tentar prever o "vencedor do ano".

Dolarização: Diversificação Internacional e Escudo Cambial
Para o investidor que tem o Real (BRL) como moeda de origem, a dolarização é uma camada extra de proteção. Ela não é apenas uma forma de buscar oportunidades globais, mas uma defesa natural do poder de compra e pode ajudar a potencializar o retorno dos seus investimentos.
Em nosso e-book “Carteira blindada” mostramos o efeito da correlação entre os ativos domésticos e internacionais, os impactos na volatilidade e relação risco x retorno, além do efeito exponencial do dólar sobre a performance no longo prazo.
Além disso, a Nomad criou o INDI - Índice Nomad de Diversificação Internacional, onde estimamos a porcentagem de alocação internacional na parcela de risco de um portfólio, levando em consideração o atual momento do mercado.
O INDI pode ajudar todos os tipos de perfis, tanto quem já investe no exterior como também quem deseja começar e traz um norte para o questionamento de qual seria o percentual ideal para se ter no exterior.
Um levantamento conduzido pela FGV recentemente mostrou que os brasileiros estão expostos a pelo menos 16% em dólar em seu padrão de consumo, chegando a 18% no grupo chamado “Renda média alta”. Por isso, alocar parte do portfólio em ativos dolarizados como stocks, etfs e reits funciona como uma proteção não apenas do seu poder de compra, mas também equilibra a relação risco x retorno do seu portfólio e pode ajudar a potencializar o retorno dos seus investimentos.
Construindo um Portfólio Robusto: Os Passos Essenciais
A construção de um portfólio robusto o suficiente para os momentos mais adversos do mercado deve ser pensada de forma estratégica e alguns fatores são fundamentais, como:
A combinação de uma alocação estratégica, alinhada ao seu perfil de risco e objetivos, diversificação consistente e exposição internacional não apenas pode potencializar o seu crescimento patrimonial, mas também confere a resiliência necessária para navegar por diversos cenários econômicos.
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