Radar Semanal Dólar: Real oscila entre fluxo estrangeiro positivo e incertezas políticas e econômicas

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por

Bruno Shahini

5 min

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Publicado em

5/5/2025

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Nesta semana, o dólar apresentou alta moderada frente ao real, encerrando próximo a R$ 5,66, influenciado principalmente por fatores externos, como as incertezas sobre o ritmo de desaceleração econômica nos EUA e novos ruídos na guerra tarifária entre Trump e Xi Jinping. Internamente, apesar do fluxo estrangeiro positivo sustentando o Ibovespa e favorecendo moedas emergentes, preocupações fiscais e incertezas políticas continuaram pressionando a moeda americana. No cenário monetário, o mercado aguarda com cautela as decisões do Copom e do Federal Reserve e o IPCA doméstico.

02/05/25 – Dólar sobe com ameaças tarifárias e petróleo em queda; incerteza fiscal interna segue no radar

O dólar à vista encerrou o dia em leve alta, cotado a R$ 5,66, após inverter a tendência de baixa observada pela manhã. A valorização foi impulsionada pela queda do petróleo e por novas ameaças tarifárias do presidente Donald Trump, além da ausência de encontro com Xi Jinping, o que aumentou a aversão ao risco. A liquidez reduzida, por conta de feriados na China e no Reino Unido, contribuiu para a volatilidade.

No cenário interno, incertezas fiscais persistem, com o governo enfrentando desafios para cumprir a meta de superávit em 2025. As atenções do mercado seguem voltadas para as decisões de juros do Copom e do Federal Reserve nesta quarta-feira, além da divulgação do IPCA na sexta.

30/04/25 – Dólar reage à desaceleração econômica americana e ruídos políticos; mercado atento à formação da Ptax

O dólar opera em alta frente ao real neste último dia de abril em reação a uma combinação de fatores. Por um lado, os dados recentes dos Estados Unidos – incluindo a criação de apenas 62 mil vagas privadas em abril segundo a ADP, muito aquém das projeções, e a contração anualizada de 0,3% do PIB no primeiro trimestre – alimentam temores de desaceleração mais ampla da economia americana.

No âmbito domestico, fatores técnicos como a formação da Ptax de fim de mês intensificou as rolagens de contratos futuros no mercado local, com predominância de posições compradas após sequência de quedas. No plano político, as  críticas do presidente Donald Trump ao Fed e ao governo anterior, bem como as declarações de Xi Jinping sobre a urgência de inovar diante das tarifas norte-americanas, ampliam o ruído sobre cenários de comércio global e política monetária, contribuindo para que o dólar mantenha força mesmo diante de indicadores locais mais favoráveis.

29/04/25 – Fluxo estrangeiro sustenta ativos locais; mercado cauteloso com inflação doméstica e juros externos

Esse movimento foi impulsionado sobretudo pela entrada consistente de fluxo estrangeiro em ativos domésticos. O Ibovespa registrou mais um pregão positivo, e a curva de juros fechou de forma significativa na última semana. A tendência permanece mesmo diante da indefinição sobre as negociações comerciais entre EUA e China. Contudo, a amplitude do dólar hoje está limitada pela expectativa do payroll americano na sexta-feira e pelas decisões de juros do Federal Reserve e do Copom na próxima semana, o que mantém investidores em compasso de espera.

Apesar dos dados fracos de vagas abertas (JOLTS) e do recuo da confiança do consumidor nos EUA, o real manteve-se estável, uma vez que o foco que o mercado se concentra no payroll. A perspectiva de manutenção dos juros nos EUA, em contraste com a possível alta da Selic entre 25 e 50 pontos-base, reforça a atratividade de ativos denominados em real.

No cenário doméstico, a alta inesperada de 0,24 % no IGP-M de abril, ante projeção de queda, reacendeu preocupações sobre a evolução dos preços agrícolas e suas implicações na inflação ao consumidor. Esse ambiente mantém vivo o debate sobre a sustentabilidade do processo de desinflação dos alimentos e sustenta o interesse por ativos indexados a índices de preço". (edited)

28/04/25 – Entrada de capital externo impulsiona queda do dólar; BC reforça postura cautelosa sobre juros

A moeda americana acumula sete quedas consecutivas, com a cotação chegando a níveis abaixo de R$ 5,65, impulsionada pela entrada de fluxo estrangeiro na Bolsa brasileira e da perda de força do dólar frente a moedas desenvolvidas e emergentes.

Adicionalmente houve declarações do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em evento em São Paulo hoje reforçando o compromisso da autoridade monetária com o controle da inflação e sinalizando a manutenção dos juros em níveis contracionistas por mais tempo.

Além disso, o ambiente externo mostra sinais de um leve aumento no apetite por risco, refletido na alta moderada das bolsas globais e no fortalecimento das commodities e moedas emergentes. A possível redução das tensões comerciais entre EUA e China, somada a movimentos pontuais de alívio nas tarifas — como a isenção sobre alguns chips americanos —, também sustenta essa melhora do humor nos mercados.

Bruno Shahini

Com 9 anos de experiência no mercado financeiro, atuou na Votorantim Asset e no Banco Daycoval, é economista formado no Insper e possui as certificações CFP® (Certified Financial Planner) e CGA (Gestão de Carteiras ANBIMA)

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