Nova rodada de tarifas nos EUA: como estamos e o que esperar | Gráfico da Semana

por

Paula Zogbi

Danilo Igliori

2 min

-

Publicado em

16/7/2025

Navegue pelo conteúdo

Fontes: USTR office e WTO. Data de consulta:14/07/2025. .


*Canadá e México não tiveram tarifas específicas anunciadas no Liberation Day, mas sim antes, de 25%. Além das tarifas de aço e alumínio, que possuem grande impacto para o Canadá. 

Após apenas dois acordos comerciais assinados durante a trégua de 90 dias: um com a China, fixando tarifas a 30% e possibilitando a volta do trânsito de insumos fundamentais, como terras-raras e etanol, e outro com o Vietnã, fixando tarifas no que parece ser o novo patamar mínimo pretendido por Trump, de 20%, a data para retorno das tarifas anunciadas no Liberation Day terminou, com o potencial das tarifas saltarem do atual piso de 10%, para os valores previamente anunciados.

Foi neste contexto que o Presidente Trump anunciou a prorrogação da trégua para primeiro de agosto, ampliando o prazo para acordos,  e publicou  cartas endereçadas a alguns países informando um novo aumento de tarifas, pressionando-os a negociarem.

No caso do Brasil, a alíquota anunciada é de 50% sobre importações (com a possibilidade de mais 50% no caso de retaliações). Mais que a tarifa em si, a mensagem do governo americano para o Brasil foi política, já que nosso país não tem superávit comercial com os EUA e o discurso que acompanhou o anúncio focou mais em aspectos ideológicos. O posicionamento gera mais incerteza, já que o grau de previsibilidade das tarifas anunciadas aumenta consideravelmente. A consequência imediata foi o aumento de volatilidade no mercado doméstico. O dólar e os juros futuros dispararam enquanto as bolsas reagiram negativamente ao anúncio. 

Dado o histórico, no entanto, analistas e agentes econômicos passaram a especular sobre a credibilidade dessas novas medidas. Será que dessa vez será para valer ou é mais uma cartada para incentivar negociações que até o momento ficaram restritas a poucos países? A relativa estabilidade dos mercados após a reação inicial sugere que os investidores decidiram esperar para ver. Cenários com aumento de inflação e perda de atividade devem voltar ao radar, mas de qualquer forma, o modo do compasso de espera deve permanecer ativado por mais um tempo.

Paula Zogbi

Estrategista-chefe da Nomad, tem mais de 10 anos de experiência no mercado financeiro, foi head de conteúdo na XP, analista na Rico e jornalista na InfoMoney e EXAME. É graduada em jornalismo pela USP e tem certificação CNPI pela Apimec.

Danilo Igliori

Economista-chefe da Nomad. Professor do Departamento de Economia da FEA-USP, PhD pela Universidade de Cambridge. Foi um dos fundadores da DataZAP, no Brasil já atuou em empresas como BTG Pactual, Unibanco, Vale, Grupo Zap e OLX, e atuou como consultor em agências internacionais (Banco Mundial e Banco Interamericano de Desenvolvimento).

newsletter

Junte-se a mais de 2 milhões de investidores no exterior

Veja a última newsletter

Deu tudo certo! Continue rolando a página
Enviando suas informações...

Ao informar seus dados, você concorda com a Política de Privacidade da Nomad, bem como aceita receber comunicações do Grupo Nomad.

No items found.