Breakeven: o que é, por que é importante e como calcular?

O breakeven, ou ponto de equilíbrio, ajuda a entender mais sobre a estabilidade financeira de uma empresa. Entenda como ele funciona e como calcular.

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Time Nomad

10 min.

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Publicado em

9/5/2025

Para quem tem um negócio, o termo breakeven já é mais conhecido. Porém, o que poucos imaginam é que esse conceito também é muito útil para análise de investimentos e viabilidade financeira de uma empresa ao investir em ações ou ativos.

Independentemente do tamanho da empresa ou seu setor de atuação, o breakeven é uma análise essencial, e seu cálculo é mais simples do que o nome aparenta. A seguir, aprenda o conceito de breakeven, como ele se aplica nos investimentos e como analisar esse indicador.

O que é breakeven?

O breakeven, também conhecido como ponto de equilíbrio, acontece quando os ganhos de uma empresa se igualam com os custos fixos e variáveis. 

Esse indicador é essencial para o planejamento estratégico de qualquer negócio, pois permite compreender quantas unidades precisam ser vendidas ou quanto de receita deve ser gerado para cobrir todas as despesas operacionais.

Além disso, o breakeven ajuda na avaliação de novos projetos e investimentos, permitindo avaliar se um empreendimento específico tem potencial para se tornar lucrativo em um período razoável.

A importância do breakeven nos investimentos

Ao entender qual o ponto de equilíbrio de um negócio, você terá uma bússola financeira, que orienta também investidores e gestores na tomada de decisões estratégicas. Esse conceito vai além de simplesmente identificar o ponto onde não há prejuízo nem lucro. Ele estabelece uma referência clara para avaliar a viabilidade de um projeto ou negócio. 

No contexto de investimentos, o breakeven ajuda a determinar o momento em que um aporte de capital começa efetivamente a gerar retorno, permitindo aos investidores calcular riscos e projetar ganhos futuros com maior precisão. 

A métrica é muito utilizada em startups e novos empreendimentos, onde atingir o ponto de equilíbrio representa um marco crucial na jornada rumo a um lucro sustentável.

Em uma análise fundamentalista de empresas, o breakeven oferece insights valiosos sobre a eficiência operacional e a capacidade de geração de valor. Ao analisar quanto uma empresa precisa vender para cobrir seus custos, investidores podem avaliar a solidez do modelo de negócios e sua resiliência a flutuações de mercado.

Um breakeven baixo indica que a empresa é mais eficiente e precisa vender menos para alcançar o lucro, o que geralmente reflete em melhor margem de contribuição e maior potencial de rentabilidade.

Esse indicador também permite comparações entre empresas do mesmo setor, como vantagens competitivas e possíveis riscos estruturais que podem impactar o desempenho futuro das ações e, consequentemente, o retorno do investimento.

Como calcular o breakeven?

Para calcular o breakeven, é necessário primeiro identificar quais são os custos fixos e variáveis da empresa.

Os custos fixos permanecem constantes independentemente do volume de produção ou vendas, como aluguel, salários administrativos e seguros. Já os custos variáveis mudam diretamente de acordo com o volume de produção, incluindo matérias-primas, comissões de vendas e embalagens.

A fórmula básica para calcular o ponto de equilíbrio em unidades é:

Custos Fixos ÷ (Preço de Venda por Unidade - Custo Variável por Unidade)

Trazendo para a prática, uma pequena fábrica móveis tem custos fixos mensais de R$ 10.000, vende cada móvel por R$ 500 e tem custos variáveis de R$ 300 por unidade. Aplicando a fórmula, temos: 

10.000 ÷ (500 - 300)

= 10.000 ÷ 200

= 50 unidades

Assim, descobrimos que a empresa precisa vender 50 móveis por mês para atingir seu ponto de equilíbrio.

Qualquer venda acima desse número representará lucro, enquanto vendas abaixo desse número resultarão em prejuízo. Esse cálculo fornece uma meta clara para o volume de vendas necessário para a sustentabilidade do negócio.

Vale ressaltar que o breakeven é dinâmico e se ajusta conforme as variações nos custos e preços. Por exemplo, se os custos fixos aumentarem para R$ 12.000, o novo ponto de equilíbrio seria de 60 unidades. Da mesma forma, se a empresa conseguir reduzir seus custos variáveis para R$ 250 por unidade, o ponto de equilíbrio cairia para 40 unidades.

Com isso, você consegue entender diferentes cenários e como mudanças nos custos ou na política de preços, como aumento do preço de commodities, afetam a viabilidade financeira de um negócio.

A diferença entre breakeven e payback

Como explicado, o breakeven ajuda a estabelecer o payback de investimentos. Ambos são conceitos financeiros fundamentais na análise de viabilidade de negócios e investimentos, porém apresentam significados e aplicações distintas.

O payback, ou período de retorno, é uma medida temporal que indica quanto tempo será necessário para recuperar o investimento inicial realizado em um projeto ou negócio. Esse indicador mede o período até que o lucro acumulado iguale ao valor inicialmente investido, ajudando a responder a dúvida de quando o capital investido poderá ser recuperado.

Enquanto o breakeven se concentra no equilíbrio entre receitas e despesas operacionais, o payback avalia a velocidade de recuperação do capital, sendo um conceito relevante para investidores que precisam decidir entre diferentes oportunidades de alocação de recursos.

A diferença fundamental entre esses conceitos está na dimensão analisada: o breakeven foca em volumes e valores (quantidade), enquanto o payback mensura tempo (duração). Em um contexto prático, uma empresa pode atingir seu ponto de equilíbrio operacional rapidamente, mas ainda assim levar anos para alcançar o payback do investimento inicial.

Por exemplo, uma startup de tecnologia pode atingir o breakeven com a venda de 100 assinaturas mensais do seu software, cobrindo os custos operacionais (breakeven). No entanto, pode precisar de 36 meses de operação lucrativa para recuperar os R$ 500 mil investidos inicialmente em desenvolvimento e infraestrutura (payback).

Como analisar o ponto de equilíbrio de uma empresa?

O primeiro passo para realizar essa análise consiste em mapear detalhadamente todos os custos, classificando-os corretamente em fixos e variáveis. Os custos fixos, como aluguel, salários administrativos, seguros e mensalidades de serviços terceirizados, devem ser contabilizados em sua totalidade.

Já os custos variáveis precisam ser identificados por unidade produzida ou serviço prestado, incluindo matérias-primas, embalagens, comissões e mão de obra direta. Essa categorização precisa ser atualizada constantemente, pois alguns custos podem mudar de categoria dependendo de alterações no modelo de negócio ou na estrutura operacional da empresa.

Com os custos mapeados, o próximo passo é realizar a comparação com as vendas reais da empresa para determinar se o negócio está operando acima do ponto de equilíbrio. Uma empresa que constantemente atinge volumes de vendas acima do breakeven demonstra capacidade de gerar valor e tem maior resiliência financeira.

Avalie cenários alterando preços de venda, custos variáveis e custos fixos, observando como cada fator afeta o ponto de equilíbrio da empresa. Esse exercício permite identificar alavancas estratégicas para melhorar o desempenho financeiro.

Afinal, cada produto tem sua própria estrutura de custos variáveis e preço, resultando em diferentes contribuições para cobrir os custos fixos comuns. Priorize a análise dos produtos com maior volume de vendas e avalie se existe oportunidade para impulsionar itens com maior margem de contribuição.

Também é importante realizar análises comparativas do ponto de equilíbrio ao longo do tempo para identificar tendências. Um breakeven crescente pode indicar perda de eficiência operacional ou pressão competitiva sobre preços, enquanto uma redução consistente do ponto de equilíbrio sugere melhorias na estrutura de custos ou na estratégia de precificação.

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